Movimento em Curitiba quer mobilizar a sociedade para proteger a Petrobras dos “abutres”

Uma Frente Parlamentar da Câmara de Vereadores de Curitiba, lançada nesta quinta-feira, dia 10, vai buscar engajamento da sociedade para proteger a Petrobras dos interesses econômicos internacionais 

Uma Frente Parlamentar da Câmara de Vereadores de Curitiba, lançada nesta quinta-feira, dia 10, vai buscar engajamento da sociedade para proteger a Petrobras dos interesses econômicos internacionais — mais especificamente, das gigantes multinacionais do petróleo. O grupo começou a ser constituído em audiência pública realizada na sede do legislativo municipal, a qual contou com a presença de representantes de sindicatos, movimentos sociais e instituições estudantis.

Lideranças dessas entidades destacaram que o objetivo da mobilização é exigir a apuração rigorosa de todos os casos de corrupção vindos à tona na Operação Lava Jato. É, também, o de reivindicar a punição exemplar dos que comprovadamente forem culpados. Quer, ainda, a devolução aos cofres da empresa dos recursos desviados.

Mas os representantes frisaram, por outro lado, que serão repudiadas todas as insinuações e tentativas de desmantelamento, desinvestimentos e venda de ativos da empresa. Conforme advertiram os líderes envolvidos na mobilização, no bojo da Operação Lava Jato está em curso uma campanha — conduzida pela oposição de direita e tendo a mídia comercial como porta-voz — de desmoralizar a Petrobras, e assim se abrir caminho para a entrada de multinacionais na exploração do petróleo da camada pré-sal.

SOCIEDADE

Com o mote “Defender a Petrobras é defender o Brasil”, a Frente Parlamentar e os movimentos sociais querem enfatizar à sociedade a importância da companhia para o crescimento do país, a vanguarda conquistada por ela em desenvolvimento de tecnologia e em extração e beneficiamento do petróleo, e o quanto as extraordinárias reservas do pré-sal estão atraindo a cobiça das transnacionais do setor e dos países do Hemisfério Norte, notadamente os Estados Unidos. “Temos urubus, abutres de olho nessa riqueza”, definiu o presidente do Sindicato dos Petroleiros do Paraná e Santa Catarina, Mário Dal Zot.

O diretor da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Gerson Castellano, alertou que a grande mídia tem apresentado à sociedade uma Petrobras “que estaria quebrada”, o que não condiz com a realidade. “A Petrobras tem apresentado resultados superiores a todas as outras empresas do setor, no mundo”, comparou.

Para se contrapor ao discurso midiático dominante é que Castellano defende que a Frente Parlamentar recém-lançada vá às ruas. “É preciso levar esse debate para a sociedade. Precisamos mostrar a outra Petrobras que não está nos jornais, e é dar orgulho a todos nós brasileiros”, argumentou.

 

 

EDUCAÇÃO

O presidente do sindicato dos professores da rede estadual de ensino (APP-Sindicato), Hermes Leão, e a secretária-geral da União Paranaense dos Estudantes (UPE), Ellyng Kenia, assinalaram a importância do papel da Petrobras na extração do petróleo, não só para a economia como para o desenvolvimento social. Afinal, uma lei instituída em 2013 assegura que 75% dos royalties do petróleo e 50% do Fundo Social do Pré-Sal sejam aplicados em educação, e 25% dos royalties do petróleo, em saúde.

“A defesa da Petrobras é fundamental para garantir um sistema de educação de qualidade”, afirmou a líder estudantil, que também salientou a necessidade de envolver diversos setores da sociedade na mobilização. “Estamos organizando um seminário, para outubro, com esse objetivo”, adiantou.

ADESÃO

A audiência pública desta quinta-feira e a iniciativa de se constituir a Frente Parlamentar foram propostas pela vereadora Professora Josete (PT). Segundo ela, nove vereadores — número mínimo para se formalizar uma Frente — já se comprometeram em aderir. Por enquanto, assinaram o documento de instalação do grupo os vereadores Jonny Stica e Pedro Paulo, ambos do PT; Helio Wirbiski (PPS) e Paulo Salamuni (PV).

 De acordo com a vereadora, os outros parlamentares que manifestaram adesão são o presidente da Casa, Ailton Araújo (PSC), Cacá Pereira (PSDC), Geovane Fernandes (PTB), Jorge Bernardi e Tito Zeglin (os dois do PDT). Texto da assessoria de imprensa da Câmara de Vereadores informa que o protocolo de constituição da Frente Parlamentar vai ocorrer na semana que vem, assim que o mínimo de assinaturas for obtido.

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