Motivos para festejar
Por Dirce Waltrick do Amarante*
Com o decreto que instituiu o “Finalzinho de Pandemia”, as famílias começaram a pensar em comemorar juntas as festas de fim de ano.
A lista de convidados, depois de um ano fingindo estarem em confinamento, era grande. Ficariam de fora apenas:
- um sobrinho depravado;
- uma prima que fuma maconha no campus de uma universidade federal nos intervalos das aulas de Engenharia Elétrica;
- um tio que se casou com uma negra de cabelo ruim;
- um cunhado, parasita do serviço público;
- um consogro, professor com ideias comunistas;
- uma tia feminista que não depila as pernas nem as axilas,
- um afilhado, que se tornou indolente depois de passar uma temporada com os indígenas;
- um irmão artista;
- …
Seremos, assim, a única nação a comemorar as festas de fim de ano com fé em Deus. Quem precisa de vacina?
*Orando.