Moradores de favelas do Rio dão o papo sobre a intervenção militar

Intervenção Federal Militar / Foto: Erick Dau
O Rio amanheceu, nesta sexta-feira (16), sob a ameaça de uma intervenção federal militar. O governo do presidente Michel Temer, já assinou o decreto onde toma para o Brasil, o controle da segurança pública do estado do Rio de Janeiro.

A medida já está em vigor, mas ainda precisa ser aprovada pela Câmara dos Deputados e Senado. Uma audiência extraordinária acontecerá nas casas legislativas de Brasília para tratar sobre o assunto na próxima segunda-feira (19).

Se a intervenção for aprovada, o general do Exército Walter Souza Braga Netto, do Comando Militar do Leste, será o interventor de Temer no estado. Ele comandará até o dia 31 de dezembro de 2018, a Secretaria de Segurança, Polícias Civil e Militar, Corpo de Bombeiros e o sistema carcerário no estado do Rio. Mas o que falam os fluminenses sobre esse decreto?

Os moradores de favelas, que já sofrem diariamente com a intervenção militar em seus territórios, dão o papo sobre o que já vem acontecendo e o que ainda pode acontecer no Rio de Janeiro.

Segundo a ativista do movimento negro, Dani Monteiro, a juventude negra está sendo massacrada pela incompetência das gestões do PMDB na segurança pública. “Precisamos de um projeto para o estado que realmente nos garanta o direito à vida. A intervenção militar serve de cortina de fumaça para um projeto cruel de desmonte da previdência, com a reforma que nos impedirá de nos aposentar”, disse a feminista e cria do morro do São Carlos.

O coletivo de comunicadores do complexo da Maré, Maré Vive, acredita que a intervenção não é a solução para a segurança pública do Rio de Janeiro. “Já vimos que 16 meses a um gasto de 1 Milhão e 700 Mil por dia, quase 1 Bilhão de reais gastos aqui na Maré não resolveram. Este recurso, poderia ser melhor investidos em Educação, Saúde, Moradia e Cultura. Isso sim resolve e não mais armas na rua”, publicou o coletivo em sua página no Facebook.

Para os moradores do complexo do Alemão e Penha, que formam o coletivo Papo Reto, acreditam que a informação sobre a decisão de Temer soou como um aviso. “Uma notícia terrível para todas as favelas cariocas: intervenção militar no Rio de Janeiro até o final do ano. Isso não significa mais segurança, significa mais repressão e violência de Estado”, alertou.

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