Ontem, 25 de julho, celebramos o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, e em Salvador ocorreu a décima edição do inspirador Prêmio Mulheres Negras Contam Suas Histórias. O evento teve lugar no Salão Nobre da Faculdade de Medicina da Bahia. O prêmio enaltece mulheres negras que tem seus trabalhos reconhecidos e geram impacto transformador na vida das pessoas e sociedade e Lucinéia Durães, Sem Terra militante do MST, da coordenação nacional do movimento, foi uma das homenageadas com a premiação Mulheres Negras Contam Sua História.
Por Coletivo de Comunicação do MST-BA
Segundo Lucinéia Durães, homenagear uma camponesa e militante Sem Terra é reconhecer a importância da luta das mulheres rurais no conjunto das lutas enquanto classe trabalhadora para emancipação da sociedade. “Eu não tenho nenhuma dúvida essa é uma homenagem a cada uma das companheiras que estão acampadas fazendo a luta pelo direito de democratização do acesso à terra”, explicou.
“Essa homenagem é pra cada uma das companheiras assentadas que estão fazendo no dia a dia a produção de alimentos saudáveis. Para cada uma das nossas companheiras assentadas, acampadas, amigas que estão lado a lado conosco caminhando para a superação de todas as violências e para nós o processo de invisibilização das nossas trajetórias das nossas dores, das nossas lutas”, continuou Durães.
A premiação é um importante reconhecimento da luta e trajetória de mulheres que fazem a diferença na sociedade e na Bahia e o troféu é inspirado na divindade negra feminina e idealizado este ano pelo artista visual e designer Ricardo Franco.
“E é por isso que eu gostaria então de dizer que essa homenagem é uma homenagem ao coletivo de Mulheres Sem Terra de todo o nosso estado, de todo o nosso país. É um dia de muita honra, de muita alegria, mas não podemos esquecer cada companheira que trilhou conosco essa caminhada, cada companheira que doou sua vida nessa nossa luta pra construir esse coletivo que é o Movimento Sem Terra. Então, seguimos o exemplo e legado de Tereza de Benguela e de Maria Felipa e vamos nos aquilombando e organizando as nossas lutas diárias e vamos sonhando com um lugar melhor com um mundo possível que a gente vai construir”, finalizou a Sem Terra.