Mea culpa

Fico em dúvida se uso imagem com a palavra ordem ou a palavra progresso. Tudo é um abafamento, a bandeira é a mesma, a temos todos metida na carne, nos ossos, pulsa.

É fogo, impossível negar tais ventos e securas na alma. Uma vontade imensa de chorar. 

Choro.

Choro não é nuvem ou rio voador, apenas lamento que molha a cara, vergonha também chora.

 

Letras nesse momento se mostram obsoletas, imagens dizem tudo, o celular e sua câmera esgota qualquer texto, desnecessário ousar dizer.

 

Meu país guinchado; quanta descompostura.

 

Mas fato curioso foi mesmo voltar do trabalho a pé, sem a carona do veículo removido, abrir a porta de casa e ver o livro, VENTO GERAL, caído no chão. Talvez um rato, talvez um vago terremoto, intenso, instantâneo entre as paredes expulsando o livro da estante, não sei.

 

Mau presságio, a poesia que grita?

 

 

Caiu aberto entre as faces das páginas 92 e 93, na edição de 1984. Lá, o poeta Thiago de Mello, homem de floresta e rios, dedica a Aurélio Buarque de Hollanda, seu sentimento:

 

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imagens por Helio Carlos Mello© 

 

 

 

   

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