Marcha em São Paulo: tem gente com fome

Um ato com pessoas anônimas como Vânia, três filhos, desempregada e moradora da ocupação do MTST do Grajaú. Com ela, o osso contra a fome, que ela decidiu carregar até a fome acabar.

Tem gente com fome, tem gente com fome…

Por Sérgio Kraselis
Impossível não lembrar dos versos de Chico Buarque,  em “Brejo da Cruz” ao olhar os semblantes de quem saiu às ruas neste sábado (13) na Marcha contra a Fome, em São Paulo: (…)São faxineiros/
Balançam nas construções/
São bilheteiras/
Baleiros e garçons/
Já nem se lembram/
Que existe um Brejo da Cruz/
Que eram crianças/
E que comiam luz(…)

Marias, Josés, Joões, Sebastiãos, Pedros, Mateus… Pretos,  brancos, pobres, um exército disposto a protestar contra o estômago vazio, a atravessar a 23 de Maio, uma das avenidas mais importantes de São Paulo e desembarcar na Praça da Sé.

Significativo demais que a concentração se deu diante da Catedral Ortodoxa, no Paraíso, e desembocou com seu rio de aproximadamente 10.000 pessoas diante da Catedral da Sé,  num ato que reuniu o padre Júlio Lancellotti, os pastores Ariovaldo e Levi, e Guilherme Boulos.

Um ato com pessoas anônimas como Vânia, três filhos, desempregada e moradora da ocupação do MTST do Grajaú. Com ela, o osso contra a fome, que ela decidiu carregar até a fome acabar.

Por todos esses Josés, Joões, Sebastiãos, Pedros, Mateus, Marias, Vânia nós temos que derrubar Bolsonaro. O genocídio precisa ter fim.

Marcha contra a fome. Sérgio Kraselis/J_LIVRES
Marcha contra a fome. Sérgio Kraselis/J_LIVRES
Marcha contra a fome. Sérgio Kraselis/J_LIVRES

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