Pré-candidata à Presidência da República e deputada estadual gaúcha pelo PCdoB, Manuela D’Ávila reuniu cerca de mil pessoas em um debate na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), realizado pelo Diretório Central dos Estudantes, na quinta-feira (28).
No encontro, apontado como o maior ato de pré-campanha até o momento, Manuela comentou pela primeira vez a participação no programa Roda Viva, que repercutiu depois do tratamento dado à candidata, além de elencar as prioridades de sua campanha e do (possível) plano de governo.
“Existe um preconceito muito grande de gênero que acomete a maior parte das mulheres, na estrutura desigual desse país. O que há de novo não é o fato. É a sétima eleição que eu disputo sendo submetida a esse tratamento, o que há de novo e extraordinário é a reação da sociedade brasileira a isso”, diz a deputada.
Em entrevista à imprensa, Manuela afirmou que sua prioridade é vencer as eleições presidenciais. “É preciso vencer para barrar o governo Temer, que representa este projeto neoliberal de destruição do Estado e dos direitos do povo brasileiro”.
Contra a prisão do ex-presidente Lula, quando perguntada sobre ter ressalvas ou arrependimentos em relação à ficha limpa, a deputada afirmou que a esquerda “desconsiderou o que são os julgamentos no Brasil”.
“Subestimamos julgamentos de políticos mais comprometidos com interesses do capital, e a velocidade e forma com que acontecem julgamentos sem provas. Mas isso é algo que é comum no Brasil, porque os jovens brasileiros negros são presos sem nem sequer serem julgados, então faz parte do nosso sistema judiciário”, afirma a pré-candidata do PCdoB.
Coletivos feministas da cidade homenagearam e se solidarizaram em relação aos ataques machistas que a deputada vêm sofrendo, não só no programa Roda Viva, mas ao longo de sua campanha. Mesmo após a questão do gênero se fazer presente durante toda a discussão, no horário reservado para as perguntas da plateia, um homem que se dizia “uma das poucas personalidades ricas do Brasil”, usou mais de sete minutos do tempo concedido para que apresentasse sua questão, para discursar a favor dos candidatos de esquerda limitando, ainda mais, o tempo de resposta da pré-candidata.
Manuela deixou a Unicamp prometendo responder às questões que não pôde responder, por falta de tempo. Mas deixou claro durante o evento que acredita ser necessária a renovação do Congresso brasileiro.
“Não apenas renovar, como é feito a cada legislatura, mas renovar os sobrenomes, aumentar a participação de negros e negras, de jovens comprometidos com o desenvolvimento do trabalho, da renovação das políticas“, concluí a pré-candidata.
Ouça a fala de apresentação da candidata na íntegra.