Luta pela Vida em Brasília: o encontro com a minha ancestralidade, através de um povo que acendeu toda a minha esperança

O relato de uma fotógrafa amazônida durante a Primavera Indígena, em Brasília

Por Cyla Ramos

A minha história é marcada pelas águas doces e profundas dos rios, e pela cultura de uma região com densas florestas e rica em biodiversidade, a qual sempre arregalou os olhos de homens ricos e poderosos. Minha esquina, o rio amazonas. Onde moro?  O meio do mundo. Estar entre povos originários por quase 20 dias, em dois momentos históricos, trouxeram-me um novo norte e a sensibilidade de algo adormecido em mim; uma força por lutar pelo que acredito e defender a minha própria existência.

Vivenciei no acampamento “Luta pela Vida”, em Brasília, no final de agosto de 2021, o encontro com a minha ancestralidade, através de um povo que acendeu toda a minha esperança. O segundo momento, e não menos importante, a “ II Marcha das Mulheres Indígenas” transmitiram-me a força e a coragem de mulheres que deixaram suas comunidades para dar os gritos de “não apagarão nossa história” e “não dominaram nossos corpos”. Unir-me a esse coro me marcou, transformando-me em uma mulher mais forte e mais determinada a resistir a toda e qualquer nova forma de colonização, e me deram inspiração para registros fotográficos.

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