A exemplo da mesma sacanagem que fizeram com o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-presidente do Equador, Rafael Correa, a Justiça da Argentina tenta usar todos artifícios possíveis para inviabilizar a carreira política da vice-presidente da Argentina e senadora, Cristina Kirchner. Ela foi condenada nesta terça-feira a seis anos de prisão por supostamente ter chefiado uma organização criminosa para desviar dinheiro do Estado. Ela nega as acusações e diz que é vítima de uma perseguição política. Cristina não será presa, já que tem foro privilegiado.
Na Argentina, o vice-presidente também ocupa o cargo de presidente do Senado e ela exerce as duas funções até o fim da gestão do atual presidente, Alberto Fernández, no próximo ano, e pode se candidatar a um terceiro mandato, mesmo com a condenação judicial de primeira instância.
Cristina ainda pode recorrer da sentença em outras instâncias da Justiça até chegar ao Supremo Tribunal Federal, num processo que pode durar anos. Se condenada em última instância, perderá para sempre o direito de ocupar cargo público.
A vice-presidente foi condenada por supostamente favorecer o empresário Lázaro Báez, um empreiteiro da região de Santa Cruz (a província onde os Kirchner começaram sua vida política) que conseguiu 51 contratos para obras públicas. Cristina foi inocentada da acusação de associação ilícita.