Jornalista comete crime de homofobia em jornal

No maior jornal em circulação na região do noroeste paulista, com mais de 500 mil exemplares, foi divulgado um texto que destoa dos princípios da proteção à infância preconizados pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e comete crime de homofobia de forma descarada.A autora, Elma Eneida Bassan Mendes, dita jornalista e membro da Academia Riopretense de Letras e Cultura (Arlec), expôs uma visão ultra-conservadora e homofóbica, questionando as paradas do Orgulho LGBTQIA+, associando-as a um suposto desrespeito à infância e pedindo que crianças apanham por isso.

O ECA, um dos pilares da legislação brasileira, preconiza a proteção integral dos direitos das crianças e dos adolescentes, garantindo-lhes dignidade e respeito. Entretanto, no texto em questão, a autora sugere que é crime manifestações que incluem a presença de crianças, desconstruindo, de forma equivocada, a concepção de que a participação cidadã é um direito de todos, desde que em ambiente adequado e respeitando os direitos da infância.

Além disso, a autora parece desconsiderar a diversidade de gênero e orientação sexual ao criticar as paradas do Orgulho LGBT, generalizando-as como eventos impróprios para crianças. Vale ressaltar que o respeito à diversidade é um princípio fundamental de uma sociedade democrática e inclusiva.

O texto também levanta críticas à educação moderna, usando termos pejorativos e desatualizados, como “todes”, para referir-se a uma linguagem mais inclusiva. É importante salientar que a linguagem inclusiva busca evitar a exclusão de gênero e valorizar a diversidade, sem prejudicar o desenvolvimento das crianças.Por fim, o texto manifesta opiniões contrárias ao aborto, porém, é essencial compreender que esse é um tema complexo e sensível, que envolve questões de saúde pública e direitos individuais das mulheres.O conservadorismo exposto nesse texto contrasta com a busca por uma sociedade mais igualitária e respeitosa.

A construção de uma comunidade mais justa requer o entendimento e a promoção dos direitos de todos, sem preconceitos e discriminações.A diversidade e a liberdade de expressão são marcas de uma sociedade plural e tolerante, pilares que devem ser preservados em busca de um futuro mais inclusivo para São José do Rio Preto e para o Brasil como um todo. A luta por um país melhor exige respeito à diversidade, avanços sociais e compreensão das diferentes realidades que compõem nossa nação.

Por Gabriel Lima

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornalistas Livres

COMENTÁRIOS

POSTS RELACIONADOS

Estilhaços (do coração)

Livro mais pessoal e revelador de Paulo Batista Nogueira Jr. Trata, também, da relação entre arte e realidade, entre memória e fabulação.

MST: Tirando leite da pedra

Por frei Gilvander Moreira¹ Se prestarmos bem atenção em certas notícias, veremos como uma brutal injustiça socioeconômica se reproduz diariamente no Brasil. Eis algumas notícias

Regime de urgência para retirar a “função social da terra” da lei 8629/1993 é aprovado a toque de caixa

O projeto é visto como tentativa da bancada ruralista de enfraquecer a reforma agrária e flexibilizar normas ambientais e sociais, favorecendo o agronegócio e grandes proprietários. Especialistas alertam que a medida pode aumentar a concentração fundiária, expulsar comunidades tradicionais e comprometer a justiça agrária e ambiental, agravando desigualdades e conflitos no campo.