O primeiro ministro negro do STF, Joaquim Barbosa, hoje em dia aposentado, disse em vídeo apoiar a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva e criticou a atual gestão de Bolsonaro. Além disso, defendeu a segurança das urnas eletrônicas e do processo eleitoral brasileiro. Em 2005, durante o Mensalão, Barbosa foi um dos principais perseguidores do PT. Em 2018, também chegou a anunciar uma pré-candidatura à presidência da República pelo PSB, mas acabou desistindo.
Por Emanuela Godoy
O apoio de Joaquim Barbosa ao petista foi dado pelo portal de notícias Metrópoles e confirmado por outros veículos. Barbosa já havia sido consultado por aliados de Lula há pelo menos 3 meses sobre um possível apoio ao candidato petista. O vídeo, entretanto, em que declara voto no PT, apenas foi gravado agora e quem recebeu foi o candidato a vice, Geraldo Alckmin, mas ainda não veio a público. A campanha de Lula deve fazer uso da gravação. No total, Barbosa encaminhou 12 vídeos sequenciais ao partido.
Nas gravações, Joaquim Barbosa relembra a época que fez parte do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e é assim, como ex-integrante, que ele garante a segurança e transparência das eleições. Bolsonaro, que questiona as urnas eletrônicas, representa um risco à democracia e, para Barbosa, Lula é o único que pode derrotar o presidente. Seu voto, diz, é uma forma de proteger a democracia brasileira.
O ex-ministro Joaquim Barbosa foi indicado pelo ex-presidente Lula em 2003 à Suprema Corte. Mesmo assim, destacou-se por perseguir e combater o Partido dos Trabalhadores no caso do Mensalão. Esse escândalo de corrupção surgiu em 2005, quando o deputado cassado e preso Roberto Jefferson denunciou um suposto esquema de compra de apoio dos deputados. Barbosa, como ministro, representou um dos votos mais firmes dessa ação penal que condenou grandes nomes do PT, como o ex-ministro José Dirceu e do ex-deputado José Genoino.