Infância Refugiada

“Fotografar é escrever com a luz. Que esse olhar sobre as crianças, expressões de amor, lance luz sobre a questão dos refugiados e a leve aonde merece ser discutida: no peito de cada um de nós.” Karine Garcêz

A exposição Infância Refugiada / Refugge Childhood – Palestinians at Turkey, Lebanon e Syria chegou em São Paulo nesta terça-feira, 27/06, e tem como objetivo expor o trabalho da brasileira, Karine Garcêz, que retratou o drama vivido por crianças e adolescentes refugiados na Turquia, Líbano e Síria.
Registrar os pequenos palestinos em acampamentos tornou-se a tarefa de Garcêz, que viajou pelo Oriente Médio em 2014 e 2015 com o apoio da ONG holandesa de ajuda humanitária Al-Wafaa Campaign, a qual é representante no Brasil.

A exposição tem a finalidade de ganhar fundos com a venda de produtos personalizados, como, marcadores de páginas, cartões postais e bonecas de pano produzidas pela Tili Arte artesanato. O dinheiro arrecadado será destinado para a compra de materiais escolares para essas crianças. O projeto também busca patrocínio para a produção de um documentário e a edição de um livro sobre as fotos.

Os deficientes visuais também serão contemplados,
em parceria com o Projeto Fotografia Tátil do curso de arquitetura e design da Universidade Federal do Ceará, possibilitará que cegos toquem as fotos e percebam suas expressividades.

A jovem fotógrafa produziu imagens relacionadas a justiça social que servem como fonte de estímulo e memória histórica.
A realidade das crianças que junto a suas famílias abandonaram seus lares distanciando-se dos conflitos e guerras políticas que acontecem em suas terras, para viverem em locais que não possuem condições básicas para moradia, enquanto aguardam a ajuda de governos para regularizarem asilos e cidadania em países como Quênia, Turquia, Líbano e Jordânia. Aproximadamente 84% dos refugiados no mundo estão em países com média ou baixa renda, enquanto continentes como Europa e América recebem apenas 16%.

“A vontade que senti de “congelar o instante”, quando vi 5 milhões de pessoas, de diversas cultura em torno de um único sentimento me despertou para a fotografia.”

Cearense da cidade de Redenção, a estudante de relações internacionais, Karine converteu-se ao Islamismo há 12 anos e também participa do Projeto Muslimah, que vai até as escolas para apresentar os princípios do Islã, apoiando a tolerância religiosa e a escolha pela crença.

Em entrevista para os Jornalistas Livres, Garcêz, relatou a semelhança entre o povo nordestino e o refugiados “O problema é a falta de políticas públicas para solucionar as necessidades da população mais pobre, seja ela brasileira ou palestina. O povo do nordeste tem um histórico de imigração. No passado mudavam para as capitais dos estados fugindo da seca, fome e miséria. Os tempos passaram e eles vieram para o sudeste em busca de uma vida melhor, mas moram em de habitações precárias e são vítimas da violência.”

A exposição tem entrada franca e está disponível de 27 de junho até 06 de agosto, no espaço Matilha Cultural, situado na Rua Rego Freitas, 541, no centro de São Paulo. O horário de funcionamento é de terça à domingo das 12h às 20h e aos sábados das 14h às 20h.

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