Idiossincrasia

 

Darcy Ribeiro

 

Como se entre os olhos que cegam, ninguém visse a fogueira que se instala em praça pública, contra os indígenas.

 

O incêndio da taba, na Terra Indígena dos Pataxó, no sul da Bahia, berço da nação, é fato grave. Após mais de 500 anos, assistimos a chama acesa ainda, a queimar a resistência de gente da origem.

 

Após a posse do atual presidente da república, muitos foram os ataques a postos avançados da Funai, do IBAMA ou ICMBio; até fogo em florestas, com povos indígenas desconhecidos, virgens de nós, atearam  fogo.

O sorriso de Rapicho

 

 

Preferem cinzas à razão, preferem a devastação, o escárnio. Por que sorriem homens tão brutos? 

 

Como deter a ignorância de gente tão simples que serve aos donos das terras, do poder econômico? Gente que mata onça, que serra árvore milenar nas matas, que corta índio ao meio e os perfuram na bala?

 

É índio, é negro, é ser periférico que negam, que vedam e enterram em cova rasa, arrancam o couro. São os habitantes dos ecossistemas todos que condenam à morte, tanta riqueza viva que jogam no ralo.

 

O feriado da república nos deixa nu em 2019, nossas vergonhas à mostra.

 

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