Hoje é dia de luta. Hoje é dia de honrar a luta de Marielle

Mulher. Feminista. Lésbica, Negra. Favelada. Mãe adolescente, contraria estatísticas, grávida em 1998 faz a primeira turma do cursinho pré-vestibular comunitário da Maré. Entra em Sociologia na PUC-RJ, forma-se e faz o mestrado em Administração Pública pela Universidade Federal Fluminense. Desde 2000, atua em organizações da sociedade civil no complexo da Maré. Defensora dos direitos humanos, em 2016, é eleita vereadora na cidade do Rio de Janeiro pelo partido Socialismo e Liberdade – PSOL.

 

Quinta vereadora mais votada, teve o apoio de 46 mil eleitores, sua base de votação, a favela, a periferia, claro.

Marielle Franco, mãe de Luyara, companheira de Mônica, liderança política emergente da esquerda brasileira, mulher de princípios, mulher de garra, de discurso único e contundente em defesa da Vida, 38 anos, executada com nove tiros na noite de quarta-feira, 14 de março de 2018, por volta das 21h30, no bairro do Estácio, Rio de Janeiro.

Luto.

Luto por Marielle, luto por Anderson, luto para que o sangue de homens e mulheres negros deixem de escorrer por nossas vias abertas na dor, e bloqueadas por comboios militares, milícias e bandidos que restringem possibilidades.

Hoje é dia de luta, dia de ir às ruas, dias de gritar BASTA. Basta à matança dos jovens pretos da periferia, basta da perseguição a lideranças que conseguem fugir de estatísticas para serem mortas na esquina após um dia de luta, após participar de evento em que ratifica a defesa dos direitos humanos, fala do amor, denuncia o feminicídio.
#TodosSomosMarielle #MariellePresente

E você, jovem de centro-direita que diz a esquerda usurpar a agenda dos direitos humanos, qual seu lado? Hoje, mais do que nunca, qual seu lado? O que você defende? É hora de gritarmos juntos como Sociedade Brasileira: Basta de matança, basta de execuções, basta de mortes sem sentido neste país.

Marielle Franco e Anderson Pedro Gomes, seu motorista, foram executados. A assessora Fernanda Chaves, que também estava no carro, sobreviveu. A linha de investigação leva à execução por milícias. Marielle denunciou, sábado passado, mortes na favela do Acari pelo 41º. Batalhão da Polícia Militar, considerado um dos mais letais do estado. Era contrária à intervenção militar e há 15 dias assumiu a relatoria da Comissão que fiscaliza o Poder Público, acompanha e solicita informações sobre a intervenção no Rio de Janeiro. É assassinada no dia que entidades denunciam o Brasil na ONU.

A execução de Marielle quer nos fazer calar. #TodosSomosMarielle

Chega de patos e sapos no imaginário conduzido pela elite brasileira. Somos mais. Mais Marielle. Somos potência. Somos homens e mulheres que lutam pelo fim da desigualdade social, pelo fim da injustiça, pelo fim do assassinato da beleza, do posicionamento, do discurso coerente com a ação, da integridade. Somos homens e mulheres que optamos pelo amor, pelo cuidado, pela formação cidadã.

Marielle Franco foi, ainda é, e sempre será exemplo de luta
Hoje é hora de honrarmos sua luta. Seu lutar.

Acompanhe e participe dos atos em todo o Brasil.

Caru Schwingel l Jornalistas Livres

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