Guaidó é ‘fraco militarmente’, e Brasil não irá intervir na Venezuela, diz general Heleno

publicado originalmente em Opera Mundi 30/04

 

Após se reunir com o presidente Jair Bolsonaro, o vice-presidente, general Hamilton Mourão, e representantes do Ministério da Defesa, o chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, afirmou nesta terça-feira (30/04) que o Brasil não irá intervir na Venezuela e que o deputado de direita Juan Guaidó é “fraco militarmente”.

“A gente tem a sensação que o lado do Guaidó é fraco militarmente, mas hoje quando ele anunciou apoio das Forças Armadas, teve um rastro de esperança. Na medida que o tempo vai passando e não acontecem situações que mostrem esse apoio, você começa a duvidar”, disse Heleno.

O anúncio do general vem após uma tentativa de golpe de Estado incitada por Guaidó, autoproclamado presidente interino da Venezuela, afirmando que teria apoio dos militares para derrubar o governo de Nicolás Maduro.

Heleno ainda destacou que não houve “nenhum chefe militar que a gente tivesse assistido ou ouvido um apoio explícito ao presidente Guaidó”.

“Eles sabem que nós não vamos intervir militarmente. Mas nós não sabemos, desde o início, qual é a qualidade e a quantidade desse apoio [militar a Guaidó]. O que tem parecido é que talvez esse apoio tenha algum valor quantitativo, mas qualitativo ele não foi expressado”, afirmou o ministro.

Segundo o general, tropas das Forças Armadas brasileiras estão de prontidão no Estado de Roraima, na fronteira com a Venezuela, mas que não possuem ordem para qualquer iniciativa.

“Não há nenhuma pretensão nossa de violar esse preceito constitucional de não interferir em assuntos internos de países amigos”, disse Heleno.

O ministro também falou sobre a postura de Guaidó, afirmando que o deputado de direita fez uma “autopropaganda” em busca de apoio para derrubar Maduro, que, segundo Heleno, “foi perfeitamente válido”.

Mourão

O vice-presidente, por sua vez, disse à TV Globo que o governo brasileiro está “buscando dados”. “O Guaidó e o Leopoldo López foram para uma situação que não tem mais retorno. Depois disso aí, ou o Guaidó é preso, ou o Maduro vai embora”, disse Mourão.

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