Godard morre em suicídio assistido aos 91 anos

Jean Godard, um dos maiores nomes do cinema mundial, morreu hoje (13/09) após ter requisitado suicídio assistido

O cineasta Jean-Luc Godard faleceu nesta terça-feira (13/09), aos 91 anos, em Rolle, na Suíça. Godard teve acesso ao suicídio medicamente assistido, que é permitido pela constituição suíça e morreu junto aos seus familiares. De acordo com fontes ligadas a família do cineasta, “ele não estava doente, estava simplesmente exausto […]. Foi uma decisão dele e é importante que se saiba”. O suicídio assistido requere que a pessoa tenha plena posse das suas capacidades mentais e que voluntariamente expresse o desejo de morrer, além de ter que requisitar uma dose de medicamentos que ponha termo à sua vida.

Por Camilla Almeida

Jean-Luc Godard foi um dos líderes da Nouvelle Vague francesa e é um dos maiores nomes do cinema moderno. Diretor de grandes filmes como Viver a vida (1962), O Desprezo (1963), Bande à part (1964) e Alphaville (1965), Godard recebeu um Oscar honorário em 2011 pelo conjunto de sua obra. O cineasta já havia manifestado um possível desejo de morrer pelo intermédio do suicídio assistido em uma entrevista em 2014, na qual declarou: “Não estou ansioso de seguir a qualquer preço. Se estiver doente demais, não tenho vontade alguma de ficar sendo arrastado em um carrinho de mão”.

O que é suicídio assistido?

Comumente confundido com a eutanásia, o procedimento é legalizado em sete países, sendo eles: Holanda, Bélgica, Luxemburgo, Canadá, Suíça, Colômbia e Alemanha. Enquanto na eutanásia quem administra o meio pela qual se dá a morte é o próprio médico, sendo geralmente uma dose letal de um fármaco, no suicídio assistido o responsável por administrar a dose é a própria pessoa. Como dito anteriormente, é preciso ter uma análise capacidades mentais, uma declaração do desejo de morrer e requisitar os medicamentos.

A legalização do procedimento é uma discussão que ainda gera polêmica na agenda política. O Reino Unido e o país de Gales rejeitaram em 2015 a proposta que institucionalizava o suicídio assistido, depois de uma forte oposição de grupos populares e dentro do próprio parlamento inglês. No Brasil, tanto a eutanásia quanto o suicídio assistido são considerados crimes passíveis de uma pena que pode chegar a seis anos de prisão.

COMENTÁRIOS

POSTS RELACIONADOS