A cassação do mandato de Gabriel Monteiro (PL) foi aprovada ontem (18), pela Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Com a Casa cheia, 50 dos 51 vereadores registraram presença. Todos da casa votaram a favor, exceto Chagas Bola (União Brasil), ex-policial militar e amigo de Flávio Bolsonaro e Fabrício Queiroz, e o próprio Gabriel Monteiro. O Conselho de Ética da Câmara do Rio de Janeiro já havia aprovado por unanimidade o relatório de Chico Alencar (PSOL) para a cassação de Monteiro na última quinta-feira (11), mas a punição precisava ser votada pela Câmara para ser sancionada. A impugnação foi em razão da quebra de decoro de Gabriel, acusado e investigado por gravação de relações sexuais com adolescente; assédio sexual de sua ex-assessora e outros funcionários; estupro de uma jovem; exposição de pessoas em estado de vulnerabilidade; peculato, por utilizar do seu cargo público em benefício próprio; forjar crime de furto; coação de testemunhas; de forjar vídeos na internet; e de pedofilia.
Apesar da quantidade de crimes praticada pelo vereador, Gabriel Monteiro convocou seus 4,4 milhões de seguidores no Instagram para comparecer à Câmara. Em meio a cartazes de “Contra a máfia do Reboque”, alguns de seus defensores atenderam ao chamado de Monteiro. A suposta Máfia do Reboque seria um grupo de empresas que fazia gestão dos pátios e que ofereceu propina ao vereador. No entanto, não há qualquer prova de que essa “máfia” exista.
Seus apoiadores vaiaram, interromperam e causaram tumulto durante a sessão. Porém, manifestantes a favor da cassação também se proclamaram ao entoar: “Não tem caô, estuprador não pode ser vereador” e “fora estuprador”. Já em relação aos votos, nem mesmo aliados políticos e admiradores de Monteiro votaram contra a cassação. Os depoimentos foram muito emocionados, trazendo casos de estupro e pedofilia vividos por parlamentares ou seus parentes, como foi o caso da vereadora Thais Ferreira (PSOL) e Felipe Michel (Progressistas). Parlamentares também afirmaram ter sofrido com as fakenews propagadas por Gabriel Monteiro.