Fatos de ontem e de hoje para ajudar a reflexão de pessoas não negras sobre Evaldo, Big Brother, racismos

Fotos: Lucas Martins, dos Jornalistas Livres, no ato de 15 de abril de 2019, em SP, em repúdio ao fuzilamento do músico negro Evaldo Rosa e sua família, no Rio de Janeiro

Você pessoa não negra pode achar que sabe, pode até achar que vivencia, mas existem algumas realidades sobre racismo que sempre devem ser repetidas e refletidas diariamente porque vidas negras devem também importar para você. Fatos de hoje e de ontem:

  • A Guerra da Síria mata menos pessoas, do que o Brasil mata negros hoje.
  • Segundo dados da ONU, a cada 23 minutos um negro é morto no país. Esse numero pode ter aumentado, o número é de 2016.
  • O genocídio da população negra é uma política de estado presente desde a Escravidão.
  • Em São Paulo, João Doria Jr é um governador que autoriza em seu discurso o genocídio a populacão negra: “a polícia de São Paulo vai atirar para matar.” Já no Rio de Janeiro, o governador Witzel diz: “tem que mirar na cabecinha.”
  • Bolsonaro foi muito cobrado em suas nas redes sociais sobre o fuzilamento de Evaldo Rosa. O que se espera de um chefe de estado diante de um fuzilamento de uma família em atitude normal, num domingo de sol, dentro de um carro popular no Rio de Janeiro? 6 dias de silêncio? Mas quando fala….
  • A postura do capitão, no caso do fuzilamento do músico Evaldo Rosa e sua família, foi um recado claro: negros não importam. Já o vice-presidente declarou que o exército não foi preciso em sua mira, caso contrário “não teria sobrado ninguém.”
  • Na visão desses governantes matar é racional e corpos negros devem ser exterminados no Brasil.
  • O Projeto anti-crime de Moro facilita o extermínio de pessoas. Adivinhem quem vai morrer ainda mais?
  • Um helicóptero com 450 kg de cocaína foi apreendido, mas ninguém foi culpabilizado. Quem são os verdadeiros bandidos?
  • O 1o de janeiro de 2019 é uma data que representa o dia nacional um pacto social firmado e legitimidado por Bolsonaro:  negros são corpos matáveis.
  • Uma juíza em Santa Catarina disse, num julgamento, que há um estereótipo para identificar um criminoso. Adivinhem de qual “estereótipo” essa magistrada estava falando?
  • No reality Big Brother Brasil uma racista vence. O louro da vitória vem justamente pelo crime de racismo praticado dentro da casa. O apresentador da atração, com sua branquitude racista permeada por privilégios, legitima a vitória, com uma das declarações mais criminosas e descaradas dignas de um senhorzinho de Senzala em horário nobre da TV: “venceu quem teve a audácia de ser imperfeita, venceu quem teve a coragem de ser real em 2019.”
  • O estereótipo do marginal acompanha os negros desde a escravidão e a mídia tradicional tem uma responsabilização muito grande em reforçar esse padrão, nas novelas, jornais, ou seja, na programação cotidiana.
  • Sobre a cultura do medo, pensem que jovens negros tem total razão em temerem a policia, afinal de contas, qual é a cor de pele que mais está na mira? Negros nunca se sentem protegidos pela polícia.

Por tudo isso e muito mais, uma reflexão fundamental deve ser feita por pessoas não negras: usem seus privilégios para o combate ao racismo estrutural, o racismo que se dá nas relações trabalhistas, afetivas, cotidianas. Usem seus privilégios para serem anti-racistas de verdade. Vidas negras devem importar também para vocês.

 

 

 

Assista a transmissão ao vivo do ato realizado em São Paulo, no domingo (15), em repúdio ao extermínio de Evaldo Rosa no Rio de Janeiro. 

 

#aovivo #sp80 tiros, EXÉRCITO DO RJ, OITENTA! Negros em manifestações em todo o país exigem júri popular para Bolsonaro, Witzel e Moro, responsáveis pela execução de Evaldo Rosa que estava num carro com sua família TODA NEGRA que foi alvejada no RJ com 80 tiros!Ato em repúdio ao racismo das relações, ao racismo nosso de cada dia. Evaldo, negros e negras mortos todos os dias no país, presentes!Kátia Passos, Jornalistas Livres

Gepostet von Jornalistas Livres am Sonntag, 14. April 2019

 

 

 

 

COMENTÁRIOS

2 respostas

  1. Eu cresci tendo amigos negros e…nunca vi ou ouvi dizer de algum deles que foi perseguido pela polícia…ocorre que nenhum deles se voltou para a delinquência…se os jovens negros parassem de aparecer em fotos e vídeos portando fuzis e armas…parassem de ser aviões de traficantes…parecem de promover a baixaria do funk…e por exemplo se dedicassem aos estudos, como faziam meus amigos, talvez melhorasse a questão do estereótipo…fica a dica…e não adianta tocar a banda da pobreza e falta de oportunidades…quem quer ser honesto…está livre para sê-lo…esse coitadismo amplificado pelos discursos progressistas não vai levar a lugar nenhum…apenas mais discriminação…

  2. Uau! Então mesmo vendo o fato do Evaldo, do menino Marcos Vinicius, da menina Jheniffer todos mortos “por Engano” tem gente que acredita que a culpa é dos pretos… afff …acorda racista!

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