A excrescência do GOLPE: espinhos

A Democracia é um dos poucos projetos que conseguiu unir o povo, de um dos países mais desiguais e divididos que é o Brasil. Depois de anos de ditadura (se não nos determos nos trezentos anos de escravidão) a democracia, sobre o símbolo da Constituição de 1988, se propõe a diminuir as desigualdades, mas mesmo no texto da carta magna, de modo acanhado.

A vontade de decidir e participar politicamente dos rumos da nação foi materializada na Constituição de 1988, que tinha como como norte a construção de direitos, mesmo que tivessem que ser estabilizados por luta, muita luta. Nos últimos 13 anos a vitória foi simbólica o candidato dos movimentos sociais, um trabalhador, uma mulher que guerrilhou contra a ditatura. A universidade foi aberta. Foram esses símbolos que chegaram à presidência. E seus mandatos foram, na história elitista do brasil, uma coisa sem igual. A fome deixou de matar. A viagem deixou de ser só uma caminho determinado para a exploração e poder também feita para o descanso.

Mas também foi tímida perto da necessidades do país. O genocídio negro, a violência contra a mulher, o preconceito sexual persistiram. Não houve revolução, mas alguma melhora

Entra então a História, que cansada se repetir seja como tragédia, farsa, comédia ou golpe (se tratando de Brasil, uma categoria consolidada), mostra realmente que o homem a realiza, mas não detém o poder de controlá-la.

2016 entra para a História como mais um golpe contra o projeto de igualdade para o país e volta com o tradicional projeto das elites, que incomodadas com a conquista de direitos, assumem seu verdadeiro caráter: o golpista. A elite, não aceita dividir o avião. E isso é o suficiente para que acabe com a ilusão do jogo democrático. Alguns falam de pedaladas outros falam dos desajustes orçamentários. Todos os chefes executivos, estaduais ou municipais pedalam. Desajustes fiscais não importam aos bancos, e quem defende o seu equilíbrio serve a esses bancos. A verdade é o golpe se da por conta do inaceitável, do que não pode acontecer, e que se tentava fazer: diminuir as desigualdades.

Já disse a presidenta eleita Dilma que a Democracia é uma árvore. É uma árvore que permite ao povo dela sobreviver. O golpismo faz brotar os espinhos que impedem aqueles que dela dependem de se aproximar.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornalistas Livres

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