EXCLUSIVO: Cadeirante se revolta com mudança de seção eleitoral para local sem acessibilidade

Cartório eleitoral e direção da escola jogam a culpa de um lado para o outro sem resolver situação do eleitor PcD. Agora ele vai brigar pra mudar isso no segundo turno

Nunca foi fácil ser Pessoa com Deficiência (PcD) no Brasil, mas com a ascensão do fascismo bolsonarista, as coisas pioram a cada dia. Fazer discurso em Libras é só enganação de um governo que, dois anos depois, cortou 71% da verba para o Programa Nacional de Apoio à Saúde da Pessoa com Deficiência (https://jornalggn.com.br/saude/bolsonaro-corta-verba-da-saude-para-pessoas-com-deficiencia/). Nem na hora de votar o direito dos eleitores PcDs está garantido.

Ontem, data do primeiro turno das eleições, o cadeirante Fábio Leite Alves, teve seu direito de votar nos candidatos de sua preferência (incluindo uma mulher também cadeirante para vice-presidenta e uma candidata PcD à Câmara) cerceado pela mudança de local da seção eleitoral em que costumava a votar. Alves, inclusive, havia escolhido a Escola Estadual Dom Miguel Kruse, na Zona Leste de São Paulo, porque sabia que havia uma vaga para estacionamento exclusivo bem ao lado da sala de aula onde era a seção.

Mas isso mudou esse ano, com a troca da seção para uma sala no subsolo do prédio sem sem rampa de acesso e nem elevador. Indignado, ele chamou os mesários, policiais e outras pessoas para ser ajudado, mas foi informado de que “o transporte de eleitores no dia do pleito é ilegal” e que ele teria que descer da cadeira de rodas sozinho e se arrastar por 10 degraus para poder votar. Na seção, foi informado que a mudança de local foi realizada pelo cartório eleitoral e que não havia nada que poderiam fazer. Já de acordo com o cartório eleitoral, é a diretoria da escola que escolhe os locais das seções.

Passado o nervoso da situação, Alves, que tem uma página no Instagram onde relata as dificuldades de um PcD em São Paulo (@fabioalvespcd) diz que vai seguir lutando por seus direitos de cidadão e entrar com ações na Justiça Eleitoral para isso. O cartório eleitoral emitiu uma justificativa de não votação e prometeu regularizar a situação para o segundo turno. Estaremos atentos! Veja abaixo vídeos exclusivos com os depoimentos Fábio.

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