Estudantes ocupam reitoria da UFG contra a cultura do estupro

Cerca de 600 estudantes da Universidade Federal de Goiás (UFG) realizaram na manhã desta quarta-feira (15) uma manifestação contra a Cultura do Estupro. O grupo começou se concentrar às 8h, em frente ao prédio da Faculdade de Informação e Comunicação (FIC) e, às 10h, saiu em marcha rumo ao prédio da Reitoria. Trata-se da terceira manifestação sobre o tema em menos de dois meses. Segundo os organizadores a gota d´água foi uma tentativa de estupro acontecida na noite desta terça-feira (14) nas redondezas do prédio da Faculdade Comunicação.

Depois de marchar pelo Campus entoando palavras de ordem, os manifestantes se dirigiram ao prédio da Reitoria a fim de serem recebidos em audiência pelo reitor, Orlando Afonso Valle do Amaral. Como receberam a notícia de que se encontrava fora da cidade e que o vice-reitor, Manoel Rodrigues Chaves, também não estaria presente, o grupo decidiu invadir a Reitoria e expulsar todos os funcionários de lá. As equipes de duas TVs, que utilizaram o termo “suposto estupro” na cobertura do caso da noite anterior, foram escrachadas ao tentar realizar cobertura jornalística da manifestação.

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Segundo os manifestantes a onda de insegurança permeia os estudantes desde que a reitoria demitiu a antiga segurança armada contratada pela universidade, para contratar trabalhadores terceirizados desarmados. Eles reclamam que a insegurança é tanta que, inclusive, alguns prédios são fechados mais cedo no período noturno. A invasão durou poucos minutos mas serviu para passar o recado ao reitor e também a todos os machistas e fascistas de plantão.

UFG3Nesta terça-feira (14) o estudante de Relações Públicas Daniel Bezerra, de 21 anos, afirmou ter visto um carro se aproximando de onde desceu um homem descendo puxando uma garota para fora. “Achei que ela estava bêbada por estar cambaleando mas, quando percebi, ela estava chorando, com cabelo e roupas desarrumadas” – conta. Ainda segundo ele a garota ficou tão assustada ao perceber sua presença que saiu correndo para se esconder na mata da campus. A garota, até agora, de identidade não identificada, continua desaparecida.

Os temas ligados à cultura do estupro já vinham se tornando motivos de indignação pelos estudantes da Universidade Federal de Goiás nas redes sociais após os organizadores de um evento denominado “InterUFG” terem permitido a divulgação de publicações de conteúdo machista na página do evento. O caso teve repercussão nacional e os responsáveis ainda se encontram sem qualquer tipo de punição por parte da Reitoria da universidade.

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