“ESTOU FUGINDO DOS ASSASSINOS DE MARIELLE. O ESTADO CORTOU MEU SALÁRIO EM VEZ DE ME DAR PROTEÇÃO”

Foto: arquivo pessoal

Via The Intercept Brasil.

 

Professor, militante de causas ligadas à educação, Pedro Mara nunca denunciou policiais, milicianos ou políticos. No entanto, soube pela mídia que seu nome estava na lista de pesquisados pelo assassino de Marielle Franco, o miliciano Ronnie Lessa, vizinho de Jair Bolsonaro.

Leia, a seguir,  trechos do relato de Pedro ao The Intercept Brasil.

“E eu não faço ideia da razão de aparecer nessa lista do Lessa, mas o relatório da Polícia Civil é muito claro. Quando faz a referência a mim, fala: “O professor Pedro Mara, diretor do CIEP 210, em Belford Roxo, que teve atrito, na época, com o deputado estadual Flávio Bolsonaro”. Isso é o que está escrito no inquérito. Se foi o Flávio que mandou, se não foi o Flávio que mandou, não sei”.

 

“ESTOU FUGINDO DOS ASSASSINOS DE MARIELLE. O ESTADO CORTOU MEU SALÁRIO EM VEZ DE ME DAR PROTEÇÃO”.

“EM 14 DE MARÇO, quando se completou um ano do assassinato da Marielle, eu fui informado pela mídia que o meu nome estava na lista dos pesquisados por Ronnie Lessa, o assassino da vereadora. Enquanto todo o mundo se perguntava quem mandou matar Marielle, eu me fazia a pergunta “por que meu nome está nessa lista?”

“E eu não faço ideia da razão de aparecer nessa lista do Lessa, mas o relatório da Polícia Civil é muito claro. Quando faz a referência a mim, fala: “O professor Pedro Mara, diretor do CIEP 210, em Belford Roxo, que teve atrito, na época, com o deputado estadual Flávio Bolsonaro”. Isso é o que está escrito no inquérito. Se foi o Flávio que mandou, se não foi o Flávio que mandou, não sei”.

“Tenho uma história imensa de luta na educação do Rio de Janeiro. Eu fiz parte do movimento estudantil, sou professor, fui comandante de greve, fui de sindicato. Só que a minha militância inteira foi no campo da educação. E só no campo da educação. Nunca militei em nada que não fosse isso. Nunca mexi com interesses econômicos de milicianos, nunca denunciei excesso das polícias na comunidade. Eu nunca fui líder comunitário.”

“Desde o dia que descobri, naquela quinta-feira, fiquei em casa até o domingo, e apenas na segunda tomamos providências administrativas. Após fazer reuniões, criamos um protocolo de segurança, feito pela OAB, a Comissão de Direitos Humanos da Alerj e o Sepe-RJ. Nesse protocolo, eu teria que me afastar do Rio de Janeiro. Tive que ir para outro lugar, longe das pessoas que eu gosto, totalmente desamparado”.

“O secretário de educação do estado do Rio, Pedro Fernandes, foi comunicado pelo presidente da Comissão de Educação, Flávio Serafini, da necessidade do meu afastamento, e foi pedido um prazo de afastamento de duas semanas para tomarmos medidas avaliativas. Mas, surpreendentemente, apesar de ter ciência do que estava acontecendo, o secretário optou por aceitar um processo de exoneração e deu início a ele em tempo recorde.”

COMENTÁRIOS

11 respostas

  1. Seus vagabundos Flávio Bolsonaro nem lembra de vocês, vão atrás de uma lavagem de roupas, será muito melhor !!!

  2. Está claro, o crime contra a população que pode provocar essa reforma. Finalmente um grupo de jornalistas tem essa visao de consideração sobre o ganho que a população tem.

  3. O Zé Ruela quer aparecer para ser candidado nas próximas.

  4. Petista ou psolista adoram se fazer vítima, mas esse animal que se diz pseudo professor esquece que quem mandou matar a vereadora foi um petista de carteirinha ou não vai ter coragem de dizer sobre ele?

  5. Então estão sugerindo que Flávio Bolsonaro 3 logado as milícias cariocas? E que por este atrito ele encomendou um assassinato?

  6. Até quando? Tem que ter um basta nesse governo despreparado, já vivi e sobrevivi a todos os tipos de governo, mas, desde 1964 até os dias de hoje, esse governo é o pior de todos. Fico em dúvida para descobrir quem é o presidente nessa familia de loucos.

  7. Esse professor precisa ser protegido! Injustiça exonerar ao invés de protegê-lo!!

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