Enchentes assolam Paquistão deixando quase mil mortos e milhões desabrigados

De acordo com a Autoridade Nacional de Gestão de Desastres (NDMA) do Paquistão, 1.033 pessoas morreram por conta das fortes monções
Paquistaneses tentam escapar da rua inundada [Imagem: Reprodução/Minuto Mais]

Mais de 1 mil pessoas morreram no Paquistão depois do agravamento das enchentes que atingem o sul do país desde junho. Nas últimas 24 horas, 119 mortes foram registradas. Segundo a Autoridade Nacional de Gestão de Desastres (NDMA), as enchentes são resultado do aumento dos níveis dos rios causado pelo derretimento de geleiras e fortes monções – fenômeno climático conhecido por suas fortes chuvas torrenciais. Mais de 33 milhões de paquistaneses foram afetados, cerca de 220.000 casas foram totalmente destruídas e 500.000 severamente danificadas, de acordo com o NDMA. O país decretou Estado de Emergência na última sexta-feira (26).

Por Camilla Almeida

A época de monções, que dura de junho a setembro, veio atipicamente forte em 2022. De acordo com o primeiro-ministro paquistanês Shahbaz Sharif, as chuvas vistas nesses últimos meses ”não têm precedente em 30 anos”. Ele afirma que o fenômeno é consequência direta das mudanças climáticas causadas por práticas ambientais irresponsáveis ao redor do mundo. O Paquistão é o oitavo país dos mais ameaçados por por eventos climáticos extremos, segundo um estudo da ONG Germanwatch. Contudo, é responsável por menos de 1% das emissões de carbono do mundo.

Segundo imagens de satélite divulgadas pela empresa Maxar Technologies nesta segunda-feira (29), é possível ver cidades como de Rajanpur e Rojhan, que pertencem ao município mais populoso do país, totalmente submersas. As enchentes foram responsáveis pela destruição de 3.000 quilômetros de estradas e 130 pontes, o que dificulta o resgate  da população afetada pelas inundações. Peter Ophoff, delegado-chefe da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (IFRC) no Paquistão, diz que é preciso US$ 25 milhões para atender as vítimas das enchentes, que já chegam a 324 mil pessoas no país e apela para a comunidade internacional.

“Olhando para os danos imensuráveis que as inundações causaram, aos poucos fica claro para nós que os esforços de socorro levarão muito tempo. Será um longo caminho encharcado pela frente quando o povo do Paquistão começar sua jornada de volta para o que resta de suas casas”, diz Ophoff em nota à imprensa.

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