A Stara, empresa gaúcha responsável pela montagem e fornecimento de maquinários agrícolas, veiculou uma carta assumindo cortará sua base orçamentária em 30%, o que pode gerar demissões de funcionários, caso Lula seja eleito no segundo turno. Um dos donos da empresa é Gilson Lari Trennepohl, bolsonarista e vice-prefeito de Não-Me-Toque, cidade do Rio Grande do Sul em que a empresa tem sua matriz. O caso configura chantagem eleitoral.
“Diante da parceria desenvolvida durante o passar dos anos para com a sua empresa, tem o dever de informar-lhes que, diante da atual instabilidade política e possível alteração de diretrizes econômicas no Brasil após os resultados prévios do pleito eleitoral deflagrado em 02 de outubro de 2022, e, em se mantendo este mesmo resultado no 2º turno, a empresa deverá reduzir sua base orçamentária para o próximo ano em pelo menos 30%, consequentemente o que afetará o nosso poder de compra e produção, desencadeando uma queda significativa em nossos números”, diz a carta emitido pela Stara.
Durante sua campanha eleitoral, Jair Bolsonaro recebeu uma doação de R$ 350 mil reais de Trennepohl. Entretanto, o candidato à reeleição não foi o único beneficiário. O empresário agrícola também distribuiu R$ 575 mil a outras sete candidaturas. Dentre os recebedores do dinheiros, estão Onyx Lorenzoni (PL), que recebeu R$ 300 mil e atualmente disputa a vaga de governador do Rio Grande do Sul, e e Osmar Terra (MDB), que ganhou R$ 50 mil e foi eleito como deputado federal.
Em Setembro, Gilson Lari Trennepohl foi processado por “abuso de poder econômico” nos desfiles do bicentenário da independência. Segundo um vídeo publicado nas redes, o empresário afirma que o processo aconteceu por um desfile em Brasília que utilizou máquinas agrícolas da Stara.
“Estou sendo processado de forma indevida porque no dia 7 de Setembro teve um grande desfile e lá desfilaram máquinas agrícolas da Stara e eu recebi um processo do senhor ministro corregedor eleitoral Benedito Gonçalves. Ele está colocando um processo contra mim por conta da inclusão de tratores, as máquinas estavam lá e nem a Brasília eu fui”, afirmou Trennepohl.
O corregedor-geral Benedito Gonçalves disse que o empresário contribuiu com atos de campanha de Bolsonaro durante o 7 de Setembro, o que gerou um “desvirtuamento do ato cívico-militar” da data.
“Fez à expensa de terceiros para marcar a proximidade do candidato Bolsonaro ao agronegócio, ao ponto de os veículos serem dirigidos por motoristas com camisetas em apoio a este” afirmou o corregedor-geral.