Em memória de Danyelly Barby

Eduardo Viné Boldt, especial para os Jornalistas Livres

Ato contra a violência em memória de Danyelly Barby reuniu dezenas de pessoas no centro de Mogi das Cruzes, e pede a apuração, identificação e prisão de seus assassinos, além de cobrar políticas públicas para a população LGBT na cidade de Mogi das Cruzes.

A associação Fórum Mogiano LGBT organizou um ato público na noite de sexta feira, dia 1º. O encontro serviu para pedir a apuração e a identificação dos responsáveis pelo assassinato de Danyelly Barby (23), além de cobrar políticas públicas que contemplem a população LGBT. Cerca de 70 pessoas, entre integrantes da comunidade, políticos, militantes e simpatizantes estiveram presente no largo do Rosário, no centro da cidade.
“Por mais que se tente justificar, não dá para fazer juízo. Essa execução é um ato de transfobia.” disse Roberto Fukumaro, presidente do fórum Mogiano LGBT, em sua fala durante o ato. “Se vc entrar na rede social e verificar as postagem vcs vão ver que existe crime de ódio sim sustentado por uma massa que não consegue entender o que é o alheio, não consegue ter empatia, não consegue sentir o que é essa fraternidade”.

Vando Luiz da Silva era tio da vítima, e esteve presente no ato, representando os familiares. “Não tem nada que faça reparar a dor de ter perdido a Dany. É clamar por justiça.”


O caso de Danyelly não é isolado no município. Vários crimes contra a população LGBT são cometidos diariamente, muitas vezes não são caracterizados como LGBTfobia. “Os dados não são precisos, pois muitas vítimas não fazem B.O. E as que fazem não querem que divulgue”, disse Regina Tavares, secretária da associação. Outra cobrança do grupo é pela implantação, por parte da prefeitura, do conselho LGBT no município, que discutiria políticas públicas específicas na cidade de Mogi das Cruzes.
“O que não existe ainda na cidade são políticas públicas. Já estamos há dois anos discutindo a implantação do conselho e até o momento nada” disse Regina.
Os manifestantes saíram em passeata pelas ruas do centro com cartazes de apoio à causa e camisetas estampadas com o rosto de Danyelly, e se dirigiram até o local da execução, onde foram depositado flores e velas em memória da vítima.

Transfobia
Na madrugada de sábado (25/06), Danyelly foi assassinada com um tiro, na esquina das ruas Coronel Souza Franco e Princesa Isabel de Bragança, na região central de Mogi das Cruzes. Segundo a polícia, o crime teria como principal suspeito seu acompanhante, que foi visto por câmeras de segurança entrado junto com a vítima em um hotel localizado na mesma região. O caso foi registrado no 1º Distrito Policial da cidade, e encaminhado para a Delegacia de Homicídios. Ninguém foi preso ou sequer identificado até o momento.

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