Na abertura do XXVI Foro de São Paulo na noite desta quinta-feira (29), o presidente Lula declarou que tem orgulho de ser chamado de comunista ou socialista. “Eles nos acusam de comunistas achando que nós ficamos ofendidos com isso. Nós não ficamos ofendidos. Ficaríamos ofendidos se nos chamassem de nazistas, de fascistas, de terroristas, mas de comunista, de socialista, nunca! Isso não nos ofende, isso nos orgulha”.
“E vocês sabem quantas vezes nós fomos acusados, vocês sabem quanta difamação e ataques pejorativos se fazem contra a esquerda na América do Sul. Não somos vistos pela extrema-direita fascista, nem do Brasil e nem do mundo, como democráticos. Eles nos tratam como se fossemos terroristas”, pontuou o presidente.
Com o tema “Integração regional para avançar a soberania latino-americana e caribenha”, o encontro reúne representantes de partidos de esquerda de 13 países da América Latina que compõem o Foro de São Paulo.
O Foro de São Paulo teve sua primeira edição em 1990. “A gente queria que a esquerda da América Latina voltasse a conversar entre si. A gente queria que a esquerda da América Latina voltasse a disputar os espaços democráticos existentes no seu país”, explicou Lula.
O encontro acontece até o próximo domingo (02), em Brasília.
Conheça os quatro princípios movem o Foro:
Democracia e autodeterminação
Compromisso com a democracia, que deve necessariamente aprofundar seu caráter popular, direto, participativo e comunitário, avançando na disputa de projetos de sociedade em cada país da América Latina e Caribe, sempre respeitando a autodeterminação de cada povo e as particularidades locais.
Integração regional e soberania
A integração regional na América Latina e Caribe é fundamental para o desenvolvimento de nossos países e para a manutenção da paz em nossa região, condições essenciais para nos inserirmos em um mundo globalizado preservando a capacidade de decisão sobre nosso destino.
Anti-imperialista e anti-neoliberal
Oposição ao imperialismo, seu projeto econômico neoliberal e suas consequências como o sofrimento, a miséria e o atraso de nossos povos. O neoliberalismo promove uma lógica de exploração à custa de vidas humanas e do meio ambiente. Rejeitamos qualquer tentativa de ingerência externa que garanta os interesses de outros países em detrimento da vontade soberana de nossos povos e da preservação ambiental.
Unidade e solidariedade
As nossas forças políticas na região, de diversas orientações ideológicas e políticas, estão empenhadas no caminho incontornável da unidade na diversidade, com base no nosso próprio desenvolvimento histórico e num continente étnica e culturalmente diverso e plural, base do nosso potencial para desenvolver uma modelo de sociedade soberana, solidária, justa e inclusiva.