Fiquei pensando ontem quando ouvia advogados indígenas, na defesa de tantos povos, na arquitetura ideal das bandeiras, onde não há aritmética precisa para o vasto desenho de sonhos e imprecisão dos desejos. Apenas cabe à flâmula das vontades, mundo futuro que envolve, a multidão que avança, os direitos de uma gente que canta e dança por um país melhor.
Eu, você, eles. Os bichos, os rios, o mato todo, tudo tem que avançar junto com seu povo na bandeira que agita ou abriga.
As escolas, os laboratórios, as ambulâncias e os bombeiros. A jabuticaba, a goiaba, os sanhaços, os jabutis, tudo é o povo, ninguém larga da mão de ninguém, fica determinado no supremo tribunal de nós mesmos. É estimulante ver debate tão rico envolto em plumas nos ombros, mesmo que tratores, tão fortes, derrubem o mato, revirem a terra plena, insistam na desrazão.
Não cala, não se intimidam jovens juristas. Há uma floresta que não queima dentro da alma, daqueles que, entre os encantados, persistem, desvelam.
*imagens por Leonardo Milano.