A castanha baru, conhecida como o ‘afrodisíaco do cerrado’, é uma das centenas de atrações do Festival Nacional de Arte e Cultura da Reforma Agrária, que acontece até domingo na Serraria Souza Pinto, no Centro de Belo Horizonte. Vários caminhões, vindos das mais diversas regiões do país, descarregaram cerca de 160 toneladas de produtos das mais variadas formas, produzidos por mais de 100 cooperativas da agricultura familiar e 96 agroindústrias.
A amêndoa baru é vendida em forma de doce em barracas do Norte de Minas e do Distrito Federal, e é muito apreciada por suas ricas propriedades nutritivas. Afinal, além de sua fama de ser um excelente afrodisíaco natural, por ser rica em zinco, nutriente mineral importante para a fertilidade feminina e masculina, é conhecida por ser ótima para o coração, para a pele e no combate à anemia.
Nutricionistas da Universidade Federal de Goiás concluíram em pesquisa que entre 20 pessoas que ingeriram a fruta ocorreu uma redução de 8% nas concentrações de colesterol total e de 9% nos níveis de partículas LDL, que ameaçam as artérias, proporcionados, principalmente, pelos ácidos graxos insaturados, conhecidos como gorduras boas. A amêndoa concentra muitos nutrientes com propriedades antioxidantes, como a vitamina E, que minimizam o risco de outras doenças além das cardiovasculares, como o alzheimer, câncer, diabetes e obesidade, além de auxiliar na cicatrização e redução da queda de cabelo.
A baru pode ser apreciada in natura ou torrado, mas a castanha é utilizada ainda para paçocas, pé de moleque, bombons, geleias ou bolos. No Festival da Reforma Agrária ele é encontrado em forma de geleia, vendida a R$ 15 o pote de 350 gramas.
“Eu pego na casa de minha avó em Ubaí, perto de Montes Claros, onde há muitos baruzeiros, e levo para minha casa, onde eu torro a amêndoa para depois moer. Em seguida, cozinho com leite, açúcar cristal ou rapadura”, disse Nádia Nunes, que há quatro anos faz o doce no assentamento Estrela do Norte, em Montes Claros. “A venda cresceu muito depois que saíram algumas reportagens na televisão. Uns compram por acreditarem ser um alimento afrodisíaco e outros por ser bom para a pele ou para prevenção de enfarte ou combate à anemia”, acrescentou.
Quem vai à barraca de Nádia encontra ainda à venda, panos de prato, rapadura, a famosa cachaça Veredas da Terra e o apreciado mel de aroeira, um dos orgulhos do assentamento Eloy Ferreira da Silva, em Montes Claros, uma homenagem a um antigo líder de 220 posseiros da Fazenda Menino, de 90 mil hectares, no município de São Francisco, no Norte de Minas. Eloy foi assassinado em 1985, aos 54 anos.
Para quem procura algo para fazer neste fim de semana, uma visita ao Festival das Reforma Agrária é, sem dúvida, uma ótima opção. A entrada é gratuita e, além dos produtos à venda há uma série de eventos culturais e shows, também 0800.