Diário do Bolso: respondendo as perguntas do povo

Por José Roberto Torero*

Pô, Diário, chegaram mais de duzentas perguntas! O pessoal é muito perguntador. Pior que jornalista. Bom, escolhi umas aí e respondi.

Qual seu livro de cabeceira?
R: – Vocês acham que eu sou boiola que tem livrinho no lado da cama? Na minha cabeceira eu tenho um revólver.

Como conheceu o Olavo de Carvalho? O que exatamente fez com que virasse seu guru??
R: – A boa educação e o pensamento profundo.

Olavo de carvalho tem só o primeiro grau. A própria filha dele falou.
R: – Isso mesmo. O Olavo é a demonstração viva da eficiência de estudar em casa.

Como vc conquistou a Michelle?
R: – Com a minha cultura e delicadeza.

Presidente, vossa senhoria leva sua conje nas viagens? Como fala a língua do estrangeiro em libras?
R: – Não levo a Mi porque a imprensa ia ficar perguntando sobre o dinheiro que ela recebeu do Queiroz. E falar em libras no estrangeiro é moleza. Só precisa pintar as unhas da cor da bandeira do país.

Presidente, quando acaba a campanha e inicia o mandato?
R: – Pô, o mandato é a campanha da reeleição.

Jair, vc é comunista? Pq seu partido tem Social no nome, então é um partido comunista, não?
R: – O Partido é “Social” porque o pessoal do PSL só usa o elevador social, nunca o de serviço.

Como ficará o setor audiovisual na sua gestão? Estaríamos entrando na era do odiovisual?
R: – Isso aí acabou. Não vou dar dinheiro pra quem é contra mim. Audiovisual agora só a linguagem de libras, que era pra ser áudio mas é visual, kkkk!

Senhor Presidente, qdo vai conseguir um mundial para o Palmeiras????
R: – Aí é com o Edir Macedo ou com o Silas Malafaia. Milagre é com eles.

Mito, agora que você entregou o país pro Trump quando vamos começar a falar inglês?
R: – Eu já falo, talkei?

E a previdência presidente? Vai ou não?
R: – Vai. Com uma manteiga, vai. Kkkkk!

Presidente, já sabe o dia de glória que o sr. vai largar esse abacaxi e pedir pra sair?
R: – É abacaxi, mas é doce. Sabe o que é estar acima de todo o resto do país? De mandar em todo mundo? Até em general cinco estrelas? Essa sensação não tem preço.

Meu líder, e o senhor é tchutchuca ou tigrão?
R: – Grrrrrrr!

Presida, boa tarde! O senhor se sente frustrado por não fazer parte do exército?
R: – Tenho 118 militares em postos importantes no meu governo. O exército é que faz parte de mim.

Você gosta dos seus vizinhos de condomínio?
R: – Tudo gente do mais alto calibre.

Como Vossa Excelência vai consertar o MEC que seu ministro desmontou?
R: – Consertar? Pra quê?

Qual dos três filhotes o senhor vai escolher como seu herdeiro do “trono” de Brasília?
R: – Vou trancar os três numa sala escura e o que sobreviver será meu sucessor.

Excelentíssimo capitão Bolso, o senhor pode revelar o segredo do Carluxo? Como ele consegue estar ao mesmo tempo na Câmara do Rio de Janeiro e em Brasília, sendo seu assessor digital?
R: – O Carluxo é um vereador federal!

Presidente, demite o Velez e chama o Mozart, pelo amor!
R: – Nada de Mozart! Vou acabar com as aulas de música!

O que achou da participação do seu Ministro explicando a Reforma da Previdência?
R: – Gostei muito. Ele xingou, brigou e deu manchete. É o estilo do meu governo. Não dizem que feijoada boa tem que ter ambulância na porta? Então, pra mim, reunião boa tem que acabar na delegacia.

O senhor calça “Melícia”???
R: – Melícia? Ah, entendi. Sua pergunta foi meio meliciosa, não foi?

Capitão Caverna, quero saber quando o senhor vai voltar a falar unga-bunga pra gente entender o que o senhor tá dizendo?
R: – Prefiro usar libras. Só com um dedo eu já dou o meu recado.

Presidento, para rezar no Muro das Lamentações tem que bater a cabeça, o senhor não fez isso. Por quê? Medo de quebrar?
R: – Sim. O muro.

Quando o senhor vai sair da presidência?
R: – Sair?

O que é a vida?
R: – É aquilo que a gente tira dos outros para deixar a nossa melhor.

*José Roberto Torero é autor de livros, como “O Chalaça”, vencedor do Prêmio Jabuti de 1995. Além disso, escreveu roteiros para cinema e tevê, como em Retrato Falado para Rede Globo do Brasil. Também foi colunista de Esportes da Folha de S. Paulo entre 1998 e 2012.

 

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