Diário do bolso: esse Lira eu toco

É que em 2012, seu assessor parlamentar Jaymerson José Gomes foi detido pela Polícia Federal no Aeroporto de Congonhas com dinheiro escondido embaixo da roupa. E, por causa disso, seis anos depois a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou o Lira por lavagem de dinheiro e corrupção. Mas até agora não deu em nada. Isso mostra que ele também é experiente em enrolar a justiça, o que é muito importante.

Por José Roberto Torero* Diário, o Arthur Lira, meu candidato à presidência da Câmara, é um cara muito experiente.

Por exemplo, ele já tem uma boa experiência com essa história de dinheiro na cueca.

É que em 2012, seu assessor parlamentar Jaymerson José Gomes foi detido pela Polícia Federal no Aeroporto de Congonhas com dinheiro escondido embaixo da roupa.

E, por causa disso, seis anos depois a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou o Lira por lavagem de dinheiro e corrupção. Mas até agora não deu em nada. Isso mostra que ele também é experiente em enrolar a justiça, o que é muito importante.

Ele também é experiente nesse negócio de rachadinha, e por isso não vai encher o saco do Flavinho. O Lira (que devia se chamar Dólar) foi acusado pelo Ministério Público Federal de chefiar um rachadão na Assembleia Legislativa de Alagoas. E digo rachadão porque a bufunfa deu uns R$ 250 milhões, entre 2001 e 2007.

Só para ele, esse esquema teria dado uns R$ 500 mil por mês. E o Lira (que devia se chamarEuro) até está pagando (parceladamente, sem nenhuma pressa) quase R$ 2 milhões de Imposto de Renda sobre esses “recursos de origem desconhecida”. Ou seja, o cara também é experiente em botar tapete em cima da sujeira.

Segundo o Ministério Público Federal, ele também é experiente em usar empresas para simular negócios. E fez isso na Assembleia Legislativa de Alagoas para “lavar” dinheiro desviado.

E ainda não acabou não, pô!

O Lira (que devia se chamar Libra Esterlina) já foi condenado em segunda instância por improbidade administrativa. Mas, apesar da Lei da Ficha Limpa, ele conseguiu uma liminar na Justiça de Alagoas e tomou posse em 2018 como deputado federal. Ou seja, o cara também é bom no trato com juízes.

Diário, ele é experiente em enrolar a lei, em rachadinha, em lavar dinheiro, em esconder umas notas na cueca (do assessor, o que é mais higiênico) e em convencer juízes. Pô, o cara é perfeito para mim!

Tenho que eleger esse sujeito de qualquer jeito. O Lira se encaixa no meu estilo de governo feito uma mão na luva. Ou um dedo no nariz.

*José Roberto Torero é autor de livros, como “O Chalaça”, vencedor do Prêmio Jabuti de 1995. Além disso, escreveu roteiros para cinema e tevê, como em Retrato Falado para Rede Globo do Brasil. Também foi colunista de Esportes da Folha de S. Paulo entre 1998 e 2012.

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