Deputado pede fim dos museus da Resistência e da Diversidade em São Paulo

Mesmo sob vaias e risos, o deputado Estadual do PSL de São Paulo, Douglas Garcia não se envergonhou de usar a reunião da Comissão de Educação e Cultura para pedir o fechamento dos
museus da Resistência e da Diversidade.

Comissão de Educação e Cultura da Alesp recebeu o secretário para prestação de contas da pasta

O deputado chamou os dois museus de “coisas inúteis” e “sem serventia”. Para ele “as escolhas sexuais das pessoas” não justificam o investimento público. Em sua fala Douglas Garcia exigiu ainda que o secretário levasse ao governador seu apelo de “extinção completa” dos museus.

Museus paulistas

O Memorial da Resistência de São Paulo a que o deputado faz referência, fica foi inaugurado em 2009 no prédio que sediou o Departamento Estadual de Ordem Política e Social do Estado de São Paulo (DEOPS-SP) entre 1940 e 1983. Hoje, o espaço serve como uma homenagem aos mártires que lutaram pela democracia no Brasil.

Já o Museu da Diversidade Sexual ocupa ainda um pequeno espaço da estação República do Metrô e é o primeiro da equipamento público da América Latina voltado à temática LGBTQI


Na lata

Em resposta, além do grito de “ditadura nunca mais”, o deputado do partido de Bolsonaro ouviu do secretário ser um defensor da pluralidade e do Estado de Direito. Inconformado com a resposta, o deputado questionou o secretário se seria viável então um museu em homenagem ao torturador “Carlos Brilhante Ustra”.

Antes que o deputado deixasse o plenário da Comissão, a primeira deputada transsexual da Alesp, Erica Malunguinho (PSOL), a última oradora a fazer questões ao secretário, disse estranhar a liberdade que impera no Brasil. “Se fosse em outro país que uma pessoa exaltasse um torturador como se exaltava Hitler e Mussolini ele não estaria no parlamento”, rebateu.

 

COMENTÁRIOS

Uma resposta

  1. Esse mentecapto insulta todo mundo e não acontece nada com ele?!!! Não compreendo…

POSTS RELACIONADOS

Quem prenderá o alto comando?

Por Manuel Domingos Neto e Roberto Amar:l.
A cúpula militar sabotou as eleições em benefício próprio. Seus integrantes assumiram importantes cargos no governo que ajudaram a eleger; seus protegidos foram agasalhados na administração pública. Contam-se aos milhares.
Militar que intimida juiz deve ser julgado e preso, assim como o magistrado que não se dá ao respeito.
Quem prenderá os generais que agiram contra a soberania popular? Quem julgará a Corte que se deixou intimidar, e, intimidada, fraudou o direito?

Paulo Coelho relata as décadas de chumbo

Vou para a casa de meus pais. Minha mãe envelheceu, meu pai diz que não devo mais sair na rua. Procuro os amigos, procuro o cantor, e ninguém responde ao meus telefonemas. Estou só: se fui preso devo ter alguma culpa, devem pensar. É arriscado ser visto ao lado de um preso. Saí da prisão mas ela me acompanha. A redenção vem quando duas pessoas que sequer eram próximas de mim me oferecem emprego. Meus pais nunca se recuperaram.
E são essas décadas de chumbo que o Presidente Jair Bolsonaro – depois de mencionar no Congresso um dos piores torturadores como seu ídolo – quer festejar nesse dia 31 de março.