A defesa do SUS é uma luta do feminismo, do povo negro, da juventude e de quem mais quiser

Cecília Bacha, Katia Passos e Marcos Hermanson, dos Jornalistas Livres
Fotos: Amanda Salgado, do Portal Disparada e Guilherme Imbassahy, dos Jornalistas Livres
“O SUS é nosso, ninguém tira da gente. Direito garantido não se compra não se vende”, gritava em coro o público da plenária do debate “Democracia e Saúde como direito” que teve a participação do professor Boaventura de Sousa Santos, da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, em Portugal.

Essa foi a primeira atividade da tenda do Conselho Nacional de Saúde dentro do Fórum Social Mundial que acontece em Salvador, e teve ainda a participação do presidente da entidade, Ronald dos Santos e da deputada federal, Jandira Feghali (PCdoB).

Boaventura defendeu a importância de fomentar a discussão sobre saúde pública como forma de enfrentamento as políticas neoliberais.
Para o professor, a democracia representativa transformou-se num instrumento de razão imperial, onde destroem-se países em nome da democracia. Para ele não podemos ver a Democracia como uma vitrine e que temos a tarefa de fazer com que ‘ela’ aconteça.

“Temos na mão, um instrumento privilegiado para travar as privatizações no país. O pré sal é importante mas está longe do cotidiano das pessoas. Temos a
saúde, que é um direito e um dever e faz conexão com nossos corpos. Se não travarmos a privatização do Sistema Único Saúde, não travamos mais nada, por isso, a rua é local fundamental para mostramos o poder de nossa vontade de lutar pela hegemonia do povo na saúde pública.”

Jandira reforçou a fala do professor, ressaltou a pauta da Saúde como tema que interessa a todas as políticas identitárias, destacando a luta feminista, na medida em que proporciona as condições mínimas capazes de garantir às mulheres independência, autonomia e força para travar suas batalhas diárias contra as opressões de gênero.

Crítica ao governo golpista

A deputada fez ainda um balanço crítico dos 13 anos em que a esquerda ocupou o governo, do qual o PCdoB também fez parte. Para ela a falta de enfrentamento do monopólio da mídia tradicional, prejudicou nossa capacidade de disputar a consciência do povo.

Intervenção do público

Antes da fala de Jandira, uma mulher da platéia criticou o fato de que haviam homens e mulheres negras uniformizados servindo água aos palestrantes e nenhum sentado a mesa. Aqueles funcionários, segundo ela, ocupavam lugar de submissão que sempre lhes foi reservado na história brasileira, e essa era uma tradição com a qual a esquerda deveria romper.

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