Debate muito louco tem padre fake, Bonner nervoso e Bolsonaro fingindo ser calmo

O último debate foi marcado pelas habituais mentiras de Bolsonaro e pela falta de embates diretos entre ele e Lula
O falso padre realiza o casamento entre Bolsonaro e Ciro Gomes. Imagem/Reprodução
O falso padre realiza o casamento entre Bolsonaro e Ciro Gomes. Imagem/Reprodução

O último debate presidencial ocorrido ontem (29/09), às vésperas das eleições de 2022, ficou marcado, principalmente, pelas discussões entre o falso padre Kelmon (PTB) e Soraya Thronicke (União Brasil), quebra de decoro inúmeras vezes – principalmente por parte do candidato do PTB e por Jair Bolsonaro, a falta de protagonismo de Ciro Gomes, as habituais mentiras contadas pelo atual presidente da República e a falta de confronto direto entre Lula e Jair Bolsonaro durante as perguntas e respostas.

Por Beatriz Pecinato

Padre Kelmon e Soraya Thronicke

Grande parte do memes circulados nas redes sociais mostram a troca de farpas entre o falso padre Kelmon e Soraya Thronicke. A ex-senadora e ex-apoiadora de Bolsonaro, que não tem chances na corrida eleitoral, gastou grande dos seus direitos de resposta alfinetando o candidato pelo PTB.

Durante o debate, Kelmon foi chamado de “padre de festa junina”, “nem nem” (um termo coloquial usado para se referir a pessoas que não trabalham e nem estudam” e “candidato padre” – já que Soraya não conseguia lembrar seu nome.

Mesmo que tenha dito em tom de brincadeira, a candidata do União Brasil está certa. “Padre” Kelmon, ferrenho apoiador de Bolsonaro e de suas propostas, tem o título questionado pela Igreja Ortodoxa.

“Kelmon se apresenta como sacerdote da Igreja Ortodoxa no Brasil, aparecendo em peças de campanha com vestimentas tradicionais da Igreja. Ainda segundo o documento, o ‘padre’ nunca foi seminarista ou membro do clero da Igreja em nenhum dos três graus da ordem, quer no Brasil ou em outro país.”, diz um texto divulgado no site da Igreja Ortodoxa.

Padre de festa junina. Imagem/Reprodução: Instagram
A fala de Soraya Thronicke virou meme nas redes sociais. Imagem/Reprodução

Quebra de decoro

A postura de Jair Bolsonaro e Kelmon também foi largamente comentada nas redes sociais, principalmente pela quebra de decoro praticada pelos dois.

William Bonner, o jornalista designado para mediar o debate, precisou repetir algumas vezes as regras do evento. Além de não respeitarem o tempo designado para a fala, ambos não deixavam seus adversários completarem suas falas.

A atitude mostra não só um desespero por parte dos candidatos, mas também um desrespeito pelas regras estabelecidas pela emissora – e que ambos concordaram em seguir quando aceitaram participar do debate.

Jair Bolsonaro mentiu (mais de uma vez, e mais uma vez)

Quando questionado sobre sua atuação durante a pandemia, Bolsonaro mentiu novamente dizendo que nenhum país comprou vacina em 2020. Isso está equivocado. Um levantamento realizado pelo Poder360 apontou que pelo menos 50 países começaram a vacinação contra o coronavírus em 2020.

Bolsonaro também falou inverdades sobre o programa Bolsa Família, instituído durante o governo Lula em 2003. Segundo o atual presidente, quem conseguisse um emprego perdia o benefício. Segundo as regras do Bolsa Família, os beneficiários contavam com garantias de proteção caso conseguissem um emprego.

Ele também citou a criação das leis Paulo Gustavo e Aldir Blanc como feitos de seu governo. Entretanto, Bolsonaro esqueceu de citar que vetou ambos os projetos, que só entraram em vigor após o Congresso anular os vetos.

E a pergunta para Lula, Bolsonaro?

Durante a rodada de perguntas e respostas, Bolsonaro perdeu uma oportunidade de questionar Lula. No terceiro bloco, ao invés de chamar o candidato pelo Partido dos Trabalhadores, Jair Bolsonaro preferiu questionar Felipe d’Ávila (NOVO) sobre o que ele faria se o governo caísse “na mão da esquerda”.

Os combates entre os dois primeiros colocados nas pesquisas aconteceu, entretanto, no primeiro bloco, principalmente por meio de pedidos de respostas, a que os candidatos tinham direito.

Nas redes sociais, os internautas perceberam a estratégia de Bolsonaro de tentar desgastar Lula através de ataques.

Além disso, todas as interações entre Bolsonaro e Lula foram através de pedidos de resposta.

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