Cristina Kirchner se defende de perseguição política e recebe apoio de Dilma Rousseff

A atual vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, se defendeu nesta segunda-feira (23) das acusações de corrupção. Dilma Rousseff mostra seu apoio e critica perseguição política
Dilma Rousseff e Cristina Kirchner em 48ª cúpula do Mercosul. - Foto: WikiCommons

Nesta terça-feira (23), a atual vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, se defendeu das acusações de corrupção e da possível condenação de 12 anos de prisão como pena pelos supostos crimes. Trata-se de denúncias requentadas e que vêm sendo atribuídas a Kirchner há 15 anos sem qualquer prova. A presidenta Dilma Rousseff prestou seu apoio a Kirchner e ressaltou que o caso é mais uma perseguição política, comum na América Latina. 

Por: Dani Alvarenga

A investigação – que começou em agosto de 2019, mas foi paralisada por conta da pandemia de covid-19 – acusa Kirchner e outras doze pessoas de crimes de associação criminosa, na qual supostamente distribuiu licitações de obras públicas em Santa Cruz para favorecer o empresário Lázaro Báez. O Ministério Público estimou um desvio de um bilhão de dólares do Estado. Além disso, a vice-presidente também é acusada de improbidade administrativa. 

A acusação contra Kirchner é referente a seus dois mandatos como presidente (2007-2015) e o de seu marido Néstor Kirchner (2003-2007), que morreu em 2010. A atual vice-presidente afirmou estar sofrendo perseguição judicial para afastá-la da política. “Nada, absolutamente nada do que disseram (os promotores) foi provado”, disse a vice-presidente em um discurso de mais de duas horas. Caso seja condenada, além dos 12 anos de prisão, Kirchner perde seus direitos políticos para sempre.

A defesa de Cristina Kirchner afirma que ela está sendo vítima de lawfare, ou seja, do uso ou manipulação das leis como  instrumento de combate à vice-presidente. Coincidência ou não, a presidenta Dilma Rousseff passou pelo mesmo processo em 2015, que culminou no seu impeachment em 2016. Atualmente, vemos diversos defensores desse golpe, como Michel Temer, recuando e dizendo que, na verdade, Rousseff não cometeu crime algum e era, sim, uma pessoa honesta

Não à toa, a presidenta prestou sua solidariedade e apoio a Kirchner: “Seu direito à defesa foi violado, com o abusivo acréscimo de acusações que nunca haviam sido feitas”, apontou, ao ressaltar que nenhum tribunal da Argentina considerou as acusações contra Kirchner válidas. “Trata-se de pura perseguição judicial e midiática. É o método que a extrema direita adota no continente para interditar líderes que vivem no coração do povo”, afirmou a presidenta Dilma Rousseff. 

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