Cordão da Mentira nas ruas no 1º de abril para denunciar genocidas, fascistas e fardados

Neste ano o tema do 11º desfile será “Genocidas, Fascistas, Fardados: serão mesmo anistiados?” 1º de abril é o dia da Mentira, Dia do Golpe de 1964. É o dia em que o Cordão da Mentira reúne artistas, movimentos sociais e militantes para relembrar os crimes de Estado


No dia 1º de Abril, sábado, às 10 horas da manhã, o Cordão da Mentira fará o seu tradicional Desfil&scracho com um percurso que sairá do antigo centro de tortura do DOI-CODI na rua Tutóia, passando pelo Comando Militar do Sudeste no Ibirapuera, onde golpistas ficaram acampados, fechando o desfile no Monumento às Bandeiras. Neste ano o tema do 11º desfile será “Genocidas, Fascistas, Fardados: serão mesmo anistiados?”
1º de abril é o Dia da Mentira, Dia do Golpe de 1964. É o dia em que o Cordão da Mentira reúne artistas, movimentos sociais e militantes para relembrar os crimes de Estado do passado e do presente. Torturas, assassinatos, desaparecimentos forçados, uma realidade que não se transformou substancialmente quase quatro décadas após o fim da ditadura.


A polícia não se transformou, o exército segue o mesmo e os filhotes da ditadura chegaram nos últimos anos ao poder com sua política genocida. O golpismo voltou com toda a força e a extrema direita tornou-se um movimento de massas, em defesa do extermínio, do racismo, do machismo, da LGBTQIA+fobia e da violência institucional.
É contra esta ordem de coisas que carnavalizaremos nosso 1º de abril. Se os golpistas podem acampar nas ruas em defesa de um golpe de Estado, nós podemos escrachar o golpismo naquele mesmo espaço. Se os monumentos podem celebrar a barbárie da colonização, nós podemos lembrar o genocídio. Se a polícia segue a assassinar a população periférica, nós podemos dar voz às mães de vítimas da violência de Estado. Se eles podem mentir sobre a história dos massacrados, nós podemos escrachar a mentira.

Entoaremos nas ruas nossas canções de liberdade contra os fascistas da política e contra a militarização da vida. Celebraremos a memória dos massacrados de ontem e de hoje. Nós lutamos para que o Cordão um dia perca seu sentido: lutamos para não celebrar a memória dos massacrados do futuro. Acreditamos que um outro mundo é possível.
O desfile contará com participação de musicistas, sambistas, compositoras e compositores importantes do samba de São Paulo (Douglas Germano, Roberta Oliveira, Bel Borges, Selito SD, Renato Martins, entre outros), representantes de movimentos sociais (Movimento Negro Unificado – MNU, representantes do movimento indígena, MTST, MST, Rede Emancipa de Educação Popular, Movimento pelo Desencarceramento), mães de vítimas da violência do Estado de todo o Brasil (Mães de Maio, Mães de Paraisópolis, Mães da Leste, Mães de Manguinhos, entre outras), ex-presos políticos, sobreviventes do
cárcere, grupos e artistas importantes do teatro paulistano, dançarines, performances, artistas visuais, fotógrafes e cineastas, que farão a cobertura do evento.


O Cordão da Mentira é um bloco carnavalesco de intervenção estética que, com humor e criatividade, versa e canta sobre temas cruciais para uma real transformação da sociedade brasileira. Movimento independente, formado por musicistas, compositoras e compositores, movimentos de sambistas, grupos de teatro, coletivos culturais e artísticos, movimentos sociais e militantes, o Cordão desfilou pela primeira vez em 2012 discutindo as heranças da ditadura em nosso cotidiano. Desde então vai para as ruas anualmente denunciando a violência de Estado e a opressão contra as classes populares no Brasil,
sempre no dia 1 de abril, dia da Mentira, dia do golpe de 1964.


11º DESFILE DO CORDÃO DA MENTIRA 2023
• 1º de ABRIL – concentração às 10 horas em frente ao antigo DOI- CODI, Rua
Tutóia, 921 (hoje sede 36° Distrito Policial da Polícia Civil).

Imagens do Cordão (créditos Memória Viva)

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