Congresso Nacional dos Estudantes fortalece a luta pela educação

Créditos da foto: Matheus Alves.

Entre o dia 10 e 14 de julho deste ano, em Brasília, ocorreu o 57 Encontro Nacional dos Estudantes (CONUNE), o qual pôde contar com a presença de 8103 estudantes, e com o maior número de Diretórios Centrais Acadêmicos (DCEs) na história do evento: foram 510 DCEs credenciados, mais de três mil eleições organizadas. 

O CONUNE é um congresso que ocorre a cada dois anos para eleger a nova diretoria da organização e organizar as lutas estudantis. Como disse Juliana Godoy (20), estudante de Ciências Sociais da Universidade de São Paulo (USP) e diretora do DCE, é preciso que as lideranças juvenis entendam  ‘quais são as nossas tarefas, como a gente vai se posicionar em relação aos últimos ataques do governo Bolsonaro’, para que assim possam se organizar localmente. 

A estudante também ressaltou a importância dos debates que ocorreram entre os dias 11 e 12, contando com presenças ilustres como de Glenn Greenwald e Boulos. Foram diversos assuntos discutidos nesses debates, desde a reforma da previdência até o direito pela cidade. Para Antônio Nascimento (23), estudante de Ciências Sociais da USP e coordenador do DCE, ‘o congresso da UNE é um lugar de acúmulo, a gente tem um debate muito rico; inclusive no último dia, votamos nas teses: qual vão ser as diretrizes do movimento estudantil no Brasil? A gente votou sobre educação, conjuntura nacional pra ter uma atuação unificada.’  

 

Já Daniel Freitas Porto (21), estudante de história e coordenador geral do DCE da USP, enfatizou a importância história da instituição: ‘a UNE sempre se posicionou em defesa de nossos direitos, seja no âmbito universitário ou não, como a favor do impeachment do Collor, contra a Ditadura Militar.’ O jovem também analisou um pouco das atividades do governo Bolsonaro, explicando como a educação é uma das principais pautas do governo, e exemplificou falando sobre os cortes nas bolsas CAPES (de acordo com os últimos dados disponíveis foram 2,7 mil bolsas cortadas). Também destacou a CPI das universidades estaduais de São Paulo, que segundo o estudante tem por objetivo a privatização das universidades públicas do Estado de São Paulo. 

Pelos próximos dois anos teremos Iago Montalvão (26) como presidente da UNE. Atuante no movimento secundarista e depois nos âmbitos universitários da luta estudantil, ele tem uma longa história de militância. Essa nova gestão da UNE foi concebida em um contexto de luta pela democracia e pela própria educação: o projeto Future-se é um passo para privatizar as universidades; os cortes no orçamento das universidades demonstram o objetivo do governo (o corte interditou mais de 2 bilhões do total de 6 bilhões do orçamento aprovado pelo Congresso Nacional). 

Graças a atual conjuntura a União Nacional dos Estudantes está chamando os estudantes para um grande ato no dia 13 de agosto. A primeira manifestação pela educação em 2019 (dia 15 de março) contou com a participação de aproximadamente 1,5 milhão de pessoas (dados da UNE), em 250 cidades. Já a segunda (30 de março), foi contabilizada a mobilização nas ruas de 2 milhões de pessoas em 211 cidades (sem contar com as manifestações em 9 países diferentes). É esperado que o próximo ‘tsunami da educação’ reúna ainda mais pessoas. 

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