Com baixo número de contaminados por Covid, venezuelanos vão às ruas domingo (6) para votar

A eficiência do governo venezuelano em lidar com a crise sanitária no país e a consciência sobre as ofensivas imperialistas dos EUA têm deixado representantes da base de Maduro otimistas em relação aos resultados das eleições deste domingo (6)
Foto: Reprodução/Reuters

A Venezuela tem atualmente pouco mais de 100 mil casos confirmados no Novo Coronavírus. Através de um rigoroso isolamento consciente e disciplinado entre março e julho, o país conseguiu diminuir o contágio. 

Segundo Delcy Rodríguez, vice-presidenta executiva da Venezuela, até ontem (04/12) o país registrou 913 mortes ocasionadas pelo vírus. Todas as 4.085 pessoas que estão infectadas atualmente na Venezuela estão isoladas (com ou sem sintomas) recebendo o tratamento de forma gratuita.

Segundo Rodríguez, nas últimas 24 horas 349 novos casos foram registrados no país, sendo 284 comunitários e 45 importados (27 vindos da República Dominicana, 17 do Panamá e 1 do Equador). 

Enquanto no último dia 03, o Brasil registrou 755 mortes pelo Novo Coronavírus, a Venezuela teve apenas 4 óbitos pela doença. Pelo Twitter, Delcy Rodríguez lamentou as perdas. Faleceram um homem de 57 anos em Zulia, um homem de 76 em Táchira, um homem de 74 e uma mulher de 58 em Lara. 

Durante a tarde de ontem, Rodríguez participou da conferência “Crises e desafios, da democracia na era multipolar” organizada pelo Instituto Samuel Robinson ao lado do jornalista e diretor executivo do Instituto Tricontinental Vijay Prashad. 

Prashad abriu o painel destacando a importância das eleições do próximo domingo e lembrando que o bloqueio e as sanções estão sendo impostas à Venezuela porque o imperialismo quer controlar o país. “A guerra não é pelo petróleo, mas, sim, porque os venezuelanos não se renderam e querem ter independência”, explicou o jornalista. 

Sobre o covid-19, Prashad pontuou que as políticas adotadas por Nicolás Maduro foram rápidas e certeiras na contenção do vírus no país. 

Delcy Rodríguez destacou a solidariedade, a consciência, a disciplina revolucionária e a organização e atuação rápida do governo como os principais pilares para conter o contágio desenfreado do Covid-19. 

Mas ela também lembrou que as 913 mortes registradas no país decorrentes do vírus poderiam ter sido evitadas caso não houvessem bloqueios e sanções que impedissem o país de comprar insumos e medicamentos para o tratamento do vírus. 

A crise aprofundada pelo bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos desde 2015 à Venezuela, precarizaram a vida da população do país vizinho. No próximo domingo acontecem as eleições legislativas e, de acordo com Rodríguez, será um importante marco na história do país. 

“A eleição dirá ao mundo que quem decide o futuro da Venezuela são os venezuelanos. A crise econômica não é uma crise do governo, é uma violação dos direitos humanos por parte dos Estados Unidos. São medidas coercitivas unilaterais que estão gerando um colapso financeiro na Venezuela”, explica a vice-presidenta executiva. 

As eleições do próximo domingo tudo tem a ver com as políticas de enfrentamento ao coronavírus, uma vez que os atuais membros da Assembleia Nacional opositores ao governo de Nicolás Maduro fizeram coro para que sanções fossem aplicadas contra seu próprio país. 

“Essa é uma eleição transcendental para nossa Pátria. A votação será um exercício consciente contra o bloqueio. Democracia não é apenas votar, democracia é garantir todos os direitos para todas as pessoas”, explicou Rodríguez durante a conferência que reuniu observadores de todo o mundo. 

“Fidel, Chávez, nossos líderes revolucionários se reuniam para pensar políticas públicas, programas sociais. Nunca para decidir onde jogar uma bomba. Essa é a nossa história”, finaliza Rodríguez. 

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