Poema do desterro

ilustração Joana Brasileiro

Os dias de abril vão acabando com a gente

17 em 2016

04 em 2018

E outro ainda virá neste mesmo ano

Para lembrar o abaixo de tudo a que nos relegam.

Para que gargalhem as hienas, abutres  e vermes

Não aguento mais o dia seguinte

Não tenho mais coração

Arrancaram-no com o Power-point  da desfaçatez

As balas do ódio

O  jejum manipulador de mentes

A colheita das provas necessárias à condenação política

Os twittes dos milicos ameaçadores em cadeia nacional

Não me peçam um coração para refazer o mundo

Só tenho flecha

Machado

Alforje e cabaça

Chamem os Orixás  à Terra

À guerra e seus infindáveis começos

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornalistas Livres

COMENTÁRIOS

2 respostas

  1. Cidinha querida, os orixás estão na terra conosco há muito tempo. Tanto tempo, que não nos deixam quebrar. Somos filhos de raízes fortes, que envergam mas, não quebram. Precisamos é continuar honrando os que nos deram vida nestas terras, os que com seu sangue e suor lavaram essa terra pro agronegocio de hoje. Por eles devemos seguir lutando. Não esqueçamos Marielle, o assassinato politico el março, 14 de 2018 e agora, o preso politico, Presidente Lula e Dilma, Presidenta cassada, a primeira mulher. Presente sempre. Abraços, Maria Antonia.

POSTS RELACIONADOS

A poeta e o monstro

A poeta e o monstro

“A poeta e o monstro” é o primeiro texto de uma série de contos de terror em que o Café com Muriçoca te desafia a descobrir o que é memória e o que é autoficção nas histórias contadas pela autora. Te convidamos também a refletir sobre o que pode ser mais assustador na vida de uma criança: monstros comedores de cérebro ou o rondar da fome, lobisomens ou maus tratos a animais, fantasmas ou abusadores infantis?