Chanceler de Bolsonaro comemora abertura de mercado para transporte de bovinos vivos

O Chanceler do governo Bolsonaro, Ernesto Araújo, comemorou em sua conta pessoal no Twitter a abertura do mercado de exportação de bovinos para a Malásia. O anúncio oficial foi feito através de nota conjunta do Ministério das Relações Exteriores e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Segundo o governo brasileiro, “a decisão reforça a posição do Brasil como um dos líderes mundiais na exportação de proteína animal e representa um passo importante para o aprofundamento das relações comerciais com a Malásia”. O país asiático tem mais de 30 milhões de habitantes e importa cerca de 80% da carne bovina que consome.

Ao celebrar o acordo na rede social, Ernesto Araújo esqueceu apenas de mencionar que o trato é  para exportação de animais vivos.

Durante todo o ano passado a polêmica sobre o transporte de animais vivos para o abate foi tema de acaloradas discussões na Camara Municipal de Santos, onde uma Lei proibindo o transporte de carga viva foi aprovado, na Assembleia Legislativa de São Paulo, onde tramita um projeto do deputado Marcos Feliciano, e até no STF.

A venda de animais vivos por frigoríficos brasileiros ganhou destaque na opinião pública em fevereiro de 2018, quando organizações não governamentais tiveram vitorias judiciais que impediram que um navio carregado com 25 mil animais no porto de Santos seguisse viagem à Turquia. Após muita confusão os interessados em venda de carne ganharam a disputa depois de um recurso do governo Federal.

Em outubro, por unanimidade, o Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou uma decisão individual do ministro Edson Fachin que suspendeu a lei municipal de Santos que proibia o tráfego de veículos de transporte de carga viva pelas ruas da cidade.

Já na Alesp, o tema foi motivo de muita gritaria pelos corredores do Palácio Nove de Julho. O projeto que proíbe o embarque de animais vivos no transporte marítimo e/ou fluvial, com a finalidade de abate para o consumo em todo o estado, de autoria do deputado Feliciano Filho (PRP), foi aprovado no congresso de Comissões em julho apesar da oposição furiosa de um dos manda-chuvas da casa, Barros Munhoz (PSB). Mesmo estando pronto para a ordem do dia o projeto não voltou mais a ser discutido no plenário da Casa.

As exportações de gado vivo se tornaram uma possibilidade atrativa para a pecuária porque gera até 25% a mais do que no mercado interno. Segundo o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços o país encerrou 2017 exportando 400,66 milhões de cabeças vivas, o que significou mais de 40% do total registrado em 2016.

Segundo entidades de defensa dos animais, a perda de vida em traslados longos gira em torno de 10%.

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