O influenciador digital e humorista Carlinhos Maia recentemente gerou controvérsia ao compartilhar um vídeo em que duas funcionárias limpavam os coqueiros em sua residência, sem o uso de equipamentos de proteção. A exposição das trabalhadoras a potenciais acidentes logo despertou críticas nas redes sociais, levantando preocupações sobre a segurança no local de trabalho.
Luiza Batista, Coordenadora da Fenatrad (Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas), expressou sua indignação diante da situação, enfatizando a irresponsabilidade de Maia ao expor as trabalhadoras a riscos. Ela destacou que tal conduta configura assédio e ressaltou a importância da ratificação da Convenção 190, que visa proteger os trabalhadores contra abusos desse tipo.
A Fenatrad pretende tomar medidas legais contra Carlinhos Maia, incluindo ações por danos coletivos junto ao Ministério Público do Trabalho e denúncias aos auditores fiscais. Para a organização, é inaceitável que, no século 21, pessoas ainda coloquem a vida de trabalhadoras em risco em busca de popularidade nas redes sociais.
O Brasil possui a maior quantidade de empregadas domésticas do mundo, aproximadamente 7 milhões, e a história dessa profissão está intrinsecamente ligada ao período da escravidão. Expor essas trabalhadoras a situações de risco não apenas é grave, mas também reforça um tratamento não profissional e desumano, perpetuando padrões históricos de desigualdade.
É evidente que, em muitos casos, o emprego de trabalhadoras domésticas é visto como um símbolo de status e poder pelas classes dominantes, enquanto para a classe média, representa um desejo de consumo em um pais com a história do Brasil. No entanto, é fundamental reconhecer a importância de garantir condições seguras e dignas de trabalho para todas as trabalhadoras, independentemente de sua ocupação ou status socioeconômico.
