O primeiro debate da Band entre todos os candidatos à presidência foi transmitido na noite deste domingo (28). Estavam presentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Jair Bolsonaro (PL), Simone Tebet (MDB), Ciro Gomes (PDT), Soraya Thronicke (União Brasil) e Felipe D’ávila (NOVO). Os temas do evento ficaram em torno das questões femininas, meio-ambiente e economia. Contudo, a evidente ausência de diversidade tanto entre os candidatos, quanto entre os apresentadores, jornalistas e convidados garantiu a falta de assuntos sobre questões raciais, indígenas e LGBTQIAP+.
Os tópicos abordados estavam em torno das questões econômicas e de corrupção, mas, quando Bolsonaro atacou a jornalista Vera Magalhães de forma misógina, a pauta feminina foi levantada. No entanto, com um recorte claramente branco, uma vez que não havia sequer uma mulher negra dentro do estúdio. Nesta segunda-feira(29), a Lei de Cotas completou 10 anos de existência e passará por revisão, mas o assunto não foi abordado por ninguém durante o debate da Band. Outro tema em alta no momento são as necessidades dos LGBTQIAP+, uma vez que, também nesta segunda-feira (29), é comemorado o Dia Nacional da Visibilidade Lésbica. Porém, assim como as pautas raciais, não foram mencionadas.
Já a questão ambiental poderia ser um excelente gancho para os problemas enfrentados pela população indígena. As mortes de Dom Phillips e Bruno Pereira ocorreram há pouco menos de 4 meses e a comunidade Yanomani tem feito diversas denúncias em relação ao garimpo ilegal, tendo inclusive 21 pedidos de ajuda ignorados por Bolsonaro. Apesar da situação grave que a população indígena enfrenta, nenhum candidato ou jornalista sequer mencionou os casos de violência vividos recentemente.
O debate da Band, na verdade, foi repleto de farpas e ataques, em especial contra Lula e, merecidamente, contra Bolsonaro, que teve diversas atitudes misóginas e agressivas. Além disso, o atual presidente foi criticado por sua atuação na pandemia, economia e meio-ambiente. Ao ser questionado sobre quais são seus projetos para as questões femininas, Bolsonaro afirmou que “o país está no caminho certo”. O discurso não se afasta do que já vem tentando fazer: ignorar os problemas que o Brasil enfrenta graças ao seu governo, como fez ao dizer que não há pessoas passando fome no país.