Dissiparam-se os Jogos Olímpicos, ficaram nossas cabeças. Evidente na abertura e encerramento que as cabeças traziam penas, brilhos e adornos muitos, muita cor, hábitos e cuidados que índios e negros sempre tiveram com seus crânios vivos, pois beleza e alegria sempre foram tradição nos corpos da África e América do Sul. Os colonizadores contribuíram com perucas, chapéus e pilhagens, além de correntes, máscaras de ferro e os grilhões das clausuras e a coroa do rei.  Evidenciou-se também que o Brasil tem geniais artistas e forte cultura a contribuir sempre para a humanidade, só dignificando nossos grandes mestres  no espetáculo das apresentações. Resiliência bruta a nossa.

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Índios escravizados, arquivo nacional.

Daqui para frente seguiremos, trafegando entre os grandes elefantes brancos do legado, como sempre, enfim contribuímos ao elenco  dos grandes espetáculos mundiais. Grandes festas terminam sempre em pizza, acarajé, biju ou sashimi. Brasil, um país de todos, se dizia muito antes dos jogos.  Cabe aqui citar o psiquiatra Frantz Fanon dizendo que essa procura apaixonada de uma cultura anterior à era colonial com o coração cheio e o cérebro ardente para retomar o contato com a seiva mais antiga…Vamos longe. Talvez a paixão e a fúria sejam alimentadas pela secreta esperança de descobrir, para além da miséria atual, do desprezo por nós  mesmos, dessa demissão e dessa renúncia, uma era extraordinariamente bela e resplandecente aos nossos próprios olhos e dos outros”.

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Os Jogos Olímpicos se foram, ficaram nossas cabeças.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornalistas Livres

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