Bolsonaro e Moro são símbolos de um retrocesso sem precedentes

Destruição do país segue em ritmo acelerado, e ainda falta mais de um ano
Moro e Bolsonaro: juntos contra o povo e contra o Brasil
Moro e Bolsonaro: juntos contra o povo e contra o Brasil

Por Ricardo Melo

“Vim para destruir”, disse JMB (dito Bolsonaro) logo após assumir de modo fraudulento o Planalto. Talvez tenha sido a única frase mais ou menos sincera emitida pelo sujeito que há três anos faz campanha pela própria reeleição.

Tirando os poderosos de sempre, nenhum setor do país escapou da sanha anti-Brasil estampada em seu verdadeiro lema de governo.

O ato mais recente foi liquidar o Bolsa Família, responsável por tirar da miséria extrema milhões e milhões de brasileiros e elogiado no mundo inteiro por quem se interessa em preservar vidas.

Em seu lugar, oferece-se um tal Auxílio Brasil, que não tem verbas, reduz o número de brasileiros atingidos e, de prático, tem apenas data de duração: só até as eleições do ano que vem.

Dispensável listar extensamente o prontuário de JMB na sua trajetória de horrores. O desemprego sangra cada vez mais famílias. A inflação voltou à toda, principalmente para os mais pobres. Combustível começa a ser comprado em doses, não litros, tamanha a alta de preços.

Na educação, todos os programas vêm sendo dinamitados impiedosamente, do ensino básico ao superior, a ponto de três dezenas de funcionários da área pedirem demissão a poucos dias da realização do Enem.

O setor cultural virou um feudo do obscurantismo mais rasteiro, tendo à frente um ator secundário de um seriado juvenil da rede Globo.

O “melhor ministério da história” anunciado por JMB é uma soma de nulidades; há até um astronauta travesseiro na Ciência e Tecnologia. A Saúde está entregue a quem se dispuser a trocar Hipócrates por hipócrita. Os exemplos são vários. De muitos nem se ouve falar. Quando se ouve nunca é coisa boa.

A cereja deste bolo mofado, claro, é o superministro da economia. Saudado como “Posto Ipiranga”, revelou-se rapidamente um frentista fajuto que vende gasolina batizada.

A economia está aos pedaços, a indústria desaba a cada novo indicador, salários são achatados e o sr. Paulo Guedes foge de dar esclarecimentos sobre seus negócios suspeitos no exterior.

Combate à corrupção? JMB, estrategista de ‘rachadinhas”, não perde uma oportunidade para mexer peças no Judiciário a fim de safar ele e a famiglia da cadeia.

Os aviões da FAB viraram Uber gratuito para amigos do rei, da rainha Michelle e de ministros –gratuito para eles, não para o povo que paga a conta.

Cargos são abertos no exterior para médicos amigos. A “primeira filha” fura fila em escolas militares. Para encobrir delitos, fácil: baixa-se uma portaria determinando sigilos centenários.

Não bastasse tudo isso, o presidente incorruptível, que já circulou por oito partidos, filia-se a uma legenda dirigida por um ex-condenado e ex-presidiário renegado pela própria ex-mulher.

Tudo isso já serviria de ficha capaz de levar qualquer cidadão ao xadrez. Mas o maior dos crimes são as mais de 600 mil mortes provocadas por sabotagem, negociatas, negacionismo e charlatanices durante a pandemia da Covid.

Crime contra a humanidade como concluiu a CPI. Discussões semânticas à parte, é tão ou mais grave que genocídio.

Moro: whisky paraguaio

Nessa situação de calamidade, ressurge das cinzas gente como Sergio Moro, braço direito de JMB na eleição de 2018.

Foi ele, junto com o supreminho tribunal federal, que impediu Lula de disputar o pleito com base num processo sem provas.

Como se os brasileiros fossem uma manada de jumentos, Moro tenta aparecer repaginado com a mesma autenticidade de um whisky paraguaio. Sua bandeira, tão previsível quanto a de todos dos que não têm nada a propor: “combate à corrupção”.

Logo ele, símbolo da maior das corrupções: manipular o Judiciário de forma torpe com fins políticos, criando em torno dele uma gangue de malfeitores para montar processos sob encomenda.

Agora o sujeito fala contra “rachadinhas” (não sabia que elas existiam quando aceitou um cargo neste governo?) e numa força-tarefa contra a pobreza.

Só se for contra a “pobreza” dele e da própria turma. Que tal se Moro começasse por devolver o indecente auxílio-moradia do qual se beneficiou durante tanto tempo, além de tantos outros penduricalhos que engordam o caixa da sua moçada?

Não à toa filiou-se ao “Podemos”, mais conhecido como “Perdemos”.

No Brasil tudo é imprevisível. Mas, a julgar por este tipo de adversários, mesmo se jogar parado Lula ganha fácil.

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