No primeiro dia de campanha do segundo turno das eleições presidenciais, Jair Bolsonaro (PL), que tenta a reeleição, antecipa o pagamento do Auxílio Brasil do mês de outubro. As primeiras parcelas serão pagas no dia 11 de outubro, terminando dia 25, uma semana antes das votações – em uma clara tentativa de conseguir votos entre a camada mais pobre da população. Além disso, Bolsonaro também planeja pagar o Auxílio Gás, um benefício dado a cada dois meses, antes do final do período eleitoral. Mais de 20 milhões de famílias brasileiras são agraciadas pelos programas.
Bolsonaro já havia utilizado desta manobra política no início das eleições, quando aumentou o valor do Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600 e ampliou os beneficiados de 18,1 milhões em julho para 20,6 milhões em setembro. Sua campanha usou esse reajuste para conquistar a simpatia de eleitores que recebem o auxílio. O presidente até mesmo liberou empréstimos consignados de até R$ 2.569 para participantes do programa. Contudo, de acordo com números do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as tentativas de ganhar popularidade entre os mais pobres não foi bem sucedida.
Bolsonaro recebeu 24% dos votos nas cidades mais pobres do país – nas quais três quartos ou mais das famílias são inscritas no Auxílio Brasil – enquanto Lula conquistou 71%. Nos municípios menos beneficiados pelo programa, o presidente teve 51% dos votos, contra 39% do petista.
Vale ressaltar que o candidato pelo PL sempre criticou o extinto Bolsa Família, substituído pelo Auxílio Brasil, desde seu mandato como deputado. Bolsonaro já usou nomes como “bolsa Farelo”, “moeda de troca”, “compra de votos” e “voto de cabresto” para se referir ao programa de transferência de renda e seu possível uso político.