Bolsonaristas agridem cinegrafista no cerco a Roberto Jefferson

O jornalista cobria cerco à casa do ex-deputado, que resiste à prisão, quando bolsonaristas tentaram impedir o seu trabalho
Jefferson e Bolsonaro
Jefferson e Bolsonaro: carne e unha na vida e na política

O cinegrafista Rogério de Paula, da Rede Globo, foi agredido por apoiadores de Roberto Jefferson, neste domingo (23/10), em Comendador Levy Gasparian (Rio de Janeiro). Rogério trabalhava na cobertura do cerco ao ex-deputado quando foi atacado por bolsonaristas. Apesar da presença da polícia, seguidores de Jair Bolsonaro estão aglomerados diante da casa onde Jefferson ainda resiste à prisão.

No ataque dos bolsonaristas, a câmera atingiu a cabeça do cinegrafista, exatamente na região em que ele sofreu uma cirurgia neurológica recentemente. Rogério está hospitalizado para a realização de exames.

Desde que atirou, na manhã deste domingo, nos agentes da PF, ferindo dois deles, o ex-deputado está trancado em casa. Os policiais cumpriam ordem de revogação de prisão domiciliar expedida pelo ministro Alexandre de Moraes (STF), mas Roberto Jefferson recusou-se a atender a determinação judicial. Estão no cerco à residência equipes da Polícia Federal, Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal, grupos da divisão antissequestro com negociadores, esquadrão antibombas e grupamento de operações com cães. O ex-deputado é ferrenho apoiador do presidente e um dos coordenadores informais da sua campanha à reeleição.

Jefferson vem fazendo ataques aos ministros do Supremo há meses. Chegou a acionar a Justiça Militar para que Bolsonaro mandasse as Forças Armadas agirem contra STF. Ontem dirigiu acusações e ofensas misóginas contra a ministra Cármen Lúcia. O ministro da Justiça, Anderson Torres, foi deslocado para o Rio de Janeiro para negociar a rendição. No final da tarde, o Padre Kelmon, candidato do PTB a presidente e laranja de Roberto Jefferson, que teve a candidatura à Presidência impugnada, também chegou ao local.

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