Ato na Ocupação “ Marielle Vive” ressalta a importância da reforma agrária

Ocupação Marielle Vive- Valinhos -SP foto: Fabiana Ribeiro

No último domingo, 15 de abril aconteceu um grande ato de apoio à nova ocupação do MST  ( Movimento Sem Terra) em Valinhos, região de Campinas.

A ocupação recebeu o nome de “Marielle Vive” em memória à vereadora assassinada há um mês no Rio de Janeiro. São 700 famílias que ocupam a fazenda improdutiva São João das Pedras na cidade de Valinhos (SP).

A Fazenda São João das Pedras que foi ocupada na madrugada do sábado (14 de abril) tem aproximadamente mil hectares é improdutiva e alvo de especulação imobiliária na região. Por este motivo, o MST revindica  a área  para ser destinada à reforma agrária e assentamento das famílias que desejam produzir alimentos saudáveis através da agroecologia.

O Movimento Sem Terra iniciou um trabalho  de base, em novembro de 2017,  que envolve o trabalho de organização das famílias carentes englobando os vários municípios que compõem a região de Campinas. As famílias que estão na ocupação se encontravam marginalizadas em periferias com extrema carência e pobreza, a terra significa  para essas pessoas  a possibilidade de sobrevivência a medida que se torna uma alternativa para situação de extrema vunerabilidade em se estavam. Tornando uma oportunidade para essas pessoas se inserirem novamente na sociedade a partir da produção de alimentos saudáveis onde suprem a sua necessidade alimentar e também de comercializar produtos saudáveis.

O movimento ressalta também a importância da discussão e orientação que é feita  a partir dos pontos de vista técnico e político da produção da produção de alimentos com um perfil diferentes da produção do século XX, onde a qualidade é extremamente importante e não apenas a demanda.

O desejo do MST é construir um grande assentamento agroecológico  na região, com a produção de alimentos baseada  no princípio agroecologia, com diversidade de produção na mesma área. Para se chegar no assentamento ecológico ainda existem muitas lutas, pois há muita resistência para se chegar a conquista.

É uma luta desigual entre os sem terra e os latifundiários, esses detêm os poderes econômicos e políticos  usando diversas armas que vão desde as bancadas ruralistas,  alas do poder judiciário e todas as forças do aparelho repressivo ao seu lado,    segundo a  coordenação do ocupação  ” é importante estarmos unidos e que muitas famílias se somem a ocupação para somar na luta”

A organização do MST  responsável pela Ocupação “ Marielle Vive” reforça que as portas da ocupação estão abertas a todas as famílias que buscam lutar  pela terra e queiram fazer parte do movimento.

Ainda conforme a coordenação do movimento quem tiver interesse e quiser integrar o movimento ou ajudar as famílias,  pode dirigir-se diretamente na ocupação, para conhecer e conversar ou  aos sindicatos dos Professores, Metalúrgicos, dos Eletricitários ( Sinergia) .

A produção do pequeno agricultor e  da agroecologia

O pequeno agricultor ocupa  papel decisivo na cadeia produtiva que abastece o mercado brasileiro: mandioca (87%), feijão (70%), carne suína (59%), leite (58%), carne de aves (50%) e milho (46%) são alguns grupos de alimentos com forte presença da agricultura familiar na produção.

 O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra se tornou, segundo dados do Irga (Instituto Riograndense do Arroz), do governo gaúcho, o maior produtor de arroz orgânico da América Latina.

Agricultores familiares e assentados da reforma agrária são os dois principais grupos responsáveis pelo aumento da produção de alimentos orgânicos no Brasil, em 2016 foram registrados 750 mil hectares.

Agroecologia é uma das vertentes da agricultura sustentável, que, como as demais, busca conciliar a produção de alimentos com a preservação do meio ambiente. Mas a agroecologia não questiona apenas os métodos da chamada agricultura moderna, mas também a organização social, econômica e política em que a produção acontece.

Para produzir sem a utilização de agroquímicos, os agricultores precisam adotar práticas que garantam a reposição da fertilidade do solo e a reconstituição do equilíbrio dos agroecossistemas, além de fornecer renda para as famílias.

Fabiana Ribeiro | Jornalistas Livres Campinas

 

 

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