As redes descobriram o que é cultura do estupro? Nós, mulheres, somos lembradas dela todos os dias

São Paulo, 1 de junho de 2016. Foto: Felipe Raizer

 

 

O estupro coletivo de uma adolescente de 16 anos no Rio de Janeiro e a divulgação de imagens do crime pelas redes chocou o país. A bárbarie ocorrida reacendeu o debate sobre a cultura do estupro e motivou milhares de mulheres a protestarem nesta quarta-feira(1) em diversas cidades brasileiras.

 

 

A cultura do estupro é um mecanismo de normalização da violência com base em construções sociais, ela é responsável pela criminalização das vítimas e isenta os agressores, além de ser reforçada pelos mais diversos meios, como música, cinema, publicidade e até na abordagem dos veículos jornalísticos. Fato sintomático para um país onde a cada 11 minutos uma pessoa é estuprada, segundo o 9º Anuário Brasileiro da Segurança Público de 2014.

Mas banalização dessa violência contra as mulheres não viola apenas nossos corpos, ela é política e tem intenção de nos calar. No primeiros dias do governo ilegítimo de Michel Temer já temos exemplos de como isso tem se agravado. De estuprador confesso se reunindo com ministro de um governo sem mulheres, à nomeação da fundamentalista religiosa Fátima Pelaes (PMDB-AP) para a secretaria de Política para Mulheres.
Por isso iniciativas nas redes tomam tanta força. A chamada primavera feminista no ano passado aumentou o campo de ação das mulheres agora para as ruas. Das redes, em todo Brasil, o ato “Por Todas Elas”, nos reuniu novamente. Em capitais como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília ou em cidades como Botucatu, deixamos bem claro: somos mais que 33.


Jornalistas Livres agradecemos às nossas leitoras e leitores que nos enviaram as belas imagens na galeria.

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