As mulheres vão derrubar Bolsonaro neste domingo

Votar em mulheres é brecar Bolsonaro. Para as Câmaras, devemos eleger feministas negras, não-negras, indígenas, trans, mães-solo... A vitória delas equivale a dizer: SAI FORA JAIR!

Todos os dias, as mulheres derrubam Bolsonaro com suas lutas, com seus corpos resistindo à fome, ao desemprego, às mortes provocadas pelo desgoverno – que, na pandemia, deixou a Covid levar 164 mil vidas; permitiu que o feminicídio eliminasse 497 mulheres e incentivou a polícia a assassinar 3.148 pessoas. Pautado pela catástrofe pública, o Levante #MulheresDerrubamBolsonaro, em parceria com Jornalistas Livres e a TV-247, pôs no ar doze programas de entrevista com 54 candidatas de esquerda ao cargo de vereadoras (veja abaixo seus nomes e suas inúmeras batalhas). Neste momento, há milhares delas sustentando corajosas campanhas atrás do seu voto.

Eleger em massa vereadoras feministas é uma forma de derrotar o desgoverno que não queremos. Isso não será impossível: no eleitorado feminino está a maior fatia de rejeição ao presidente que promove milicianos, permite que garimpeiros, grileiros e donos do agronegócio incendeiem a Amazônia e o Pantanal, exterminando indígenas, ribeirinhos, pequenos agricultores, a fauna e a flora.

Se as eleitoras escolherem – e divulgarem –candidatas de esquerda, o presidente ouvirá, das urnas, o aviso de que sua política econômica não presta: ele e Guedes levaram 27 bilionários (todos homens, todos brancos) a se tornarem ainda mais ricos, enquanto aumentavam, violentamente, o número de pobres e miseráveis. Foram jogadas nas praças, ao relento, famílias inteiras, com suas crianças e seus velhos. Além disto, Bolsonaro tumultua o ambiente científico,  com politicagem e interrompe a busca por uma vacina contra o Coronavírus – que pode nos salvar.

Eleger mais mulheres para as Câmaras será um “BASTA” ao ser que encarna o peculato e a ladroagem (seus filhos entornam dinheiro público nos próprios cofres e em diversão, para escárnio dos que sofrem). Será uma interdição à formação de quadrilha (Queiroz, das rachadinhas, e Adriano da Nóbrega, o matador de aluguel “queimado” em fevereiro, são apenas a ponta de seu dedinho). Será o NÃO ao capitão que infringe as leis e incita ao ódio, ao racismo, à LGBTfobia, faz apologia à tortura, à misoginia, ao fascismo e atenta contra a Constituição.

O Levante das Mulheres Brasileiras, que mantém a campanha #MulheresDerrubamBolsonaro, denunciou os delitos do presidente às autoridades. Criado em junho, com caráter suprapartidário e plural, como uma frente  de organizações feministas e ativistas independentes, o Levante reuniu, em 15 dias, 45 mil assinaturas de brasileiras em um Manifesto ( https://bit.ly/30vshWd) que pede às instituições da República (Congresso, TSE, PGR e Supremo) que cumpram seus papéis e afastem do Palácio do Planalto o homem que comete dezenas de delitos e afunda seu povo no lamaçal de sangue, na desumanização e na barbárie. Uma parte dessas autoridades disse não ver crime em Bolsonaro. Outra parte nem sequer respondeu à provocação do Levante.

Também no Manifesto, o movimento aponta soluções para o caos. Uma delas: aumentar a presença de mulheres de esquerda na política e em todos os espaços onde são tomadas as grandes decisões que nos afetam. Isso significa agarrar o poder. Neste momento, é assumir, por força do voto popular, Prefeituras e Câmaras Municipais nas cinco regiões do Brasil.

Um trecho da Carta de Compromisso do Levante com as Eleições diz:
Nossa frente considera imprescindível discutir e apoiar as candidaturas de mulheres negras, não-negras, LBTQIA+, indígenas, com deficiências, antiproibicionistas, ribeirinhas, da floresta, da cidade, de todas as idades, religiosas ou não, com propostas de mandatos coletivos ou individuais. Assim, os eleitores poderão conhecer e eleger as mulheres de esquerda que têm como propósito a proteção do planeta, são contra a financeirização dos modos de vida e rejeitam a destruição dos nossos direitos sexuais e reprodutivos, trabalhistas, previdenciários, políticos, culturais, ambientais e o direito à não-violência”. 

Em um período eleitoral tão curto como o atual, nós conseguimos entrevistar nos programas no JL e na TV-247 apenas 54 mulheres, entre centenas e centenas de nomes valorosos. Optamos por promover as candidatas ao Legislativo porque o eleitor desavisado escolhe alguém para o Executivo e não dá tanta importância para a vereança – o que enfraquece a democracia. Além das 54, as eleitoras e os eleitores certamente encontrarão, nas suas cidades, dezenas de candidatas feministas formadas na luta e talhadas para pronunciar um sonoro NÃO a Bolsonaro. Sem dúvida, também estarão prontas para começar a inverter a pirâmide, onde a base é ocupada pelas mulheres. Com elas no topo, podemos ter uma cidade mais igualitária. Será maior a participação popular, já que as mulheres de esquerda lideram, majoritariamente, as organizações de bairros periféricos, os movimentos de moradia, os coletivos – e, principalmente, as imprescindíveis frentes antirracistas. Com um manancial de votos no colo, também terão mais poder na elaboração de projetos de lei, na implantação de políticas públicas, no monitoramento e no controle da execução dos orçamentos municipais. 

Lutas que seguem sem fronteiras.

A baixo a lista das candidatas entrevistadas e os links dos programas, pela ordem cronológica:

02/10 na TV 247

ENTREVISTA COM:
Monica Benicio • Dani Portela • Maria Marighella • Laura Sito


Dia 9/10 na TV 247

ENTREVISTA COM:
Isadora Salomão • Carmen Silva • Natália Trindade • Jozileia Kaingang


Dia 11/10 nos Jornalistas Livres

ENTREVISTA COM:
Dagmar Santos • Iara Bernardi • Adelita Monteiro • Jana Sá • Lucia Antony


Dia 12/10 nos Jornalistas Livres

ENTREVISTA COM:
Laina Crisostomo • Bárbara Ravenna • Keit Lima • Guida Calixto •Marli Calixto Gabinete do Amor


Dia 16/10 no TV 247

ENTREVISTA COM:
Ludimilla Teixeira • Luciana Boiteux • Elenira Vilela • Carina Vitral


Dia 18/10 nos Jornalistas Livres

ENTREVISTA COM:
Linda Brasil • Juliana Cardoso • Adriana Gerônimo • Ruth Alonso • Lu Matos


Dia 23/10 na Tv 247

ENTREVISTA COM:
Indianarae Siqueira • Ângela Guimarães • Silvia Ferraro • Divaneide Basílio


Dia 25/10 nos Jornalistas Livres

  ENTREVISTA COM:
Ellana da Bancada Delas • Ana Júlia Ribeiro • Luana Rayalla • Monique Pacheco


Dia 30/10 na TV 247

ENTREVISTA COM:
Nazaré Cruz • Késsia Cristina • Eliete Paraguassu • Edna Sampaio


Dia 1/11 nos Jornalistas Livres

ENTREVISTA COM:
Tamikuã Txihi • Iyá Lúcia • Cristina Viana • Isadora Cortez • Mara Carrilho


Dia 8/11 nos Jornalistas Livres

ENTREVISTA COM:
Erika Hilton • Ariane Senna • Fabiana de Abreu (Resistência Coletiva) • Elaine Mineiro (Quilombo Periférico) • Cíntia Dias (Agora É que São Elas)


Dia 10/11 nos Jornalistas Livres

ENTREVISTA COM:
Mariana Janeiro • Makota Cassia • Ana Pereira (É Pela Vida das Mulheres) • Vitalina Gonçalves • Sonia Coelho

*Patrícia Zaidan é jornalista e uma das coordenadoras do Levante #MulheresDerrubam Bolsonaro

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