Antes do golpe, boliviana celebrava os avanços do governo de Evo Morales

Silveira Laureano, La Paz, 24/10/2019
La Paz, Bolívia, 24/10/2019, durante a apuração das eleições presidenciais, em ato de apoio à candidatura de Evo Morales, Silveria Laureano Carenagem – ativista dos animais e das mulheres deu um depoimento aos Jornalistas Livres sobre os avanços proporcionados pelo seu governo. Silveria tem câncer de mama e faz seu tratamento gratuitamente pelo sistema de saúde pública.
 
Assista ao vídeo e leia abaixo a tradução do depoimento em português.

La Paz, Bolívia, 24/10/2019, durante a apuração das eleições presidenciais, em ato de apoio à candidatura de Evo Morales, Silveria Laureano Carenagem – ativista dos animais e das mulheres deu um depoimento aos Jornalistas Livres, sobre os avanços proporcionados pelo seu governo. Silveria tem câncer de mama e faz seu tratamento gratuitamente pelo sistema de saúde pública.Assista ao vídeo.Por Martha Raquel/Jornalistas Livres

Gepostet von Jornalistas Livres am Sonntag, 10. November 2019

Meu nome é Silveira Laureano, estamos nesse momento em La Paz, Bolívia.

Eu sou exatamente de Villazón, fronteira com Argentina, pertence a Potosí. Minha origem é aimara, minha mãe é do campo, meu pai também é do campo. Nunca neguei minhas origens, minha mãe é de “pollera” (termo equivalente a mulheres mestiças e indígenas) e eu me sinto muito orgulhosa de minhas origens. Estou convencida que as pessoas que negam suas origens definitivamente não servem para nada. Porque jamais se deve negar suas origens, negar sua cultura… Me sinto orgulhosa, como boliviana, de ter Evo Morales Ayma como presidente, uma pessoa que muitos criticaram por não ter frequentado a universidade. Deram vez a pessoas que foram presidentes, que foram candidatos, que estudaram em Harvard e não fizeram absolutamente nada por este país.

Discriminaram os povos mestiços e indígenas e até agora seguem fazendo e vocês são testemunhas. É crime ser mestiço e indígena, é crime ser aimara, sendo que 80% das pessoas daqui são do campo. Não podemos negar de onde vem nossa comida. Se o campo não nos provê de produtos, de onde comemos? Não sabem, não têm nem ideia do sacrifício que há no campo. Colher, semear, colher debaixo de sol, debaixo de chuva. Isso as pessoas da cidade não valorizam, e como vão valorizar se nunca conheceram o campo? O que vão valorizar? Temos um candidato a presidente, Mesa, que não sabe quantos municípios existem na Bolívia e assume isso. Ignorou totalmente o voto do campesino. Votaram incomodados, o campesino está incomodado porque foi ignorado, foram discriminados seus votos. Tivemos progresso, vias, praticamente toda Bolívia está asfaltada, podemos chegar em pouco tempo. E o asfalto são as veias de cada país. Quando se pensou que a Bolívia teria um satélite? Vamos instalar o segundo satélite na Bolívia. Há três anos começaram a construir com a mais moderna tecnologia locais para detecção de câncer. Não temos mais que ir até a Argentina, Chile ou a outro país para que nos detectem o câncer. Temos tecnologia de última geração, e em novembro já se começa a fazer exames, quimioterapias. Neste ano se aprovou a lei a favor do câncer. Através do Sus, as pessoas que não trabalhamos, esse é nosso plano de saúde. Através do Sus podemos nos beneficiar de uma cirurgia de mama, ou uma cirurgia de ovários, que na rede privada custa de 12 a 15 mil dólares. Onde conseguiríamos esse dinheiro para ter esse acesso? Nós conseguimos graças ao Evo, agora o compromisso dele é fazer uma fábrica para produção de produtos aqui na Bolívia. Quanta gente vai se beneficiar? Sabe quanto custa um medicamento para o câncer? Uma injeção custa 1.500 bolivianos. Mais de duzentos dólares em uma injeção aplicada quando as defesas baixam por causa do câncer.

Uma injeção para uma pessoa que tem câncer avançado custa 2.200 dólares. A partir do ano que vem, o governo vai financiar as quimioterapias. As radioterapias são gratuitas. As cirurgias são gratuitas. Tudo isso é graças a Evo. Como não estarmos agradecidos a ele? Nos cinco anos que ainda restam, ele vai terminar tudo. Hospitais de níveis 3 e 4 no campo. Antes haviam alguns quartinhos que estavam caindo aos pedaços. Agora, eu queria que as pessoas que estão em La Paz e não conhecem esses lugares em Ravelo. São infraestruturas. Daqui a alguns dias vão entregar em Llallagua hospitais de última tecnologia, onde usarão sistemas inteligentes com sensores, para lavar as mãos e para que não circule ar contaminado. Há maquinários caríssimos onde até as pessoas de La Paz poderemos ir fazer tomografias porque no primeiro ano vai custar 400 bolivianos. Então, saiamos de La Paz, nos informemos como estamos asfaltados. De La Paz até Oruro são três horas, ida e volta. De Oruro até Llallagua são duas horas. De Llallagua até Ravelo, uma hora. E de Ravelo, algumas horas até Sucre. Estamos conectados a Sucre, e tudo está asfaltado. Então as pessoas que nao saem daqui nao sabem absolutamente nada. Se dizemos que temos o candidato Mesa que nem sabe quantas cidades temos, que diz que não existe gente no campo, e aqui está demonstrado qu

anto faltava de votos dos campesinos, que eles tanto discriminam. O forte de Evo é o campo, as cidades, esse é o povo que eles ignoram. Aqui na Bolívia 80% somos de origem indígena, de origem aimara. Todos têm uma mãe mestiça ou indígena, uma avó mestiça ou indígena. Repito, quem renega sua raça e seu sobrenome não serve para nada, nem aqui nem na China. Temos que estar orgulhosos do que somos. Meus queridos irmãos, progredimos na Bolívia. temos satélite, já vamos para o segundo. As pessoas não estão cegas, as pessoas veem o progresso. Quando na Bolívia se teve senadoras, ministras de origem mestiça ou indígena? Quando se teve um mineiro como autoridade? Quando as pessoas tiveram, tão oprimidas em gestões anteriores? Isso os incomoda agora, que uma mulher mestiça e indígena seja senadora, ministra, deputada, que tenha todos os cargos. Isso os incomoda. Por isso nos discriminam, por isso tanto ódio por nós, os aimaras, aos campesinos, esse é o ódio que têm por nós, porque não há mais repressão.”

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