Amar arma-se com outras armas

As armas que trazem nas mãos são o vazio de nossa cobiça, entendo bem na mensagem da querida amiga indígena, Yawalapiti, tão distante em seu desabafo, apelo e mensagem, mostrando sua filha de mãos limpas.

por Antônio Carlos Ferreira Bonavita©

“O que vai ser de nossos filhos? Será que tenho que armar meus filhos pra eles se protegerem?

Vamos nos mobilizar, meus parentes e apoiadores da causa indígena.

Defender a nossa terra mãe… quem vive na aldeia sabe o que estou dizendo”,

 

 

 

 

 

diz ela.

 

Também me escreve um amigo Ikpeng, outro indígena do Xingu, me mostrando suas mãos e a de seus parentes e tantos amigos, armados de diplomas, uma grande ameaça aos interesses do entorno envolvente, pois os papéis que trazem nas mãos são puro saber em curso de técnico em agroecologia, vejam só. Descobrem o tesouro que têm nas mãos, e querem sim preservar a mata e a terra.

por Manto Ikpeng©

Não há atitude mais revolucionária hoje, me assusto com a força do artefato que trazem entre os braços.

 

Divido-me diante do grande oceano que me deparo, como náufrago agarrado num tronco, num estado de pororoca, sendo arrastado do mar para o grande rio, arrasando margens, rompendo limites, violando territórios, preconceitos.

 

 

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